Apesar de regulamento proposto para a proibição da caça de animais pelas províncias do Afeganistão, no último dia 11 de fevereiro o presidente Hamid Kazai teve que admitir os episódios recentes. Oficiais do governo publicaram uma lista em que constaram 150 animais, entre eles guepardo asiático, aves e falcões árabes ameaçados de extinção por conta da caça ilícita. Além de moradores da região que já executam a prática, existem alegações que o crime recebe incentivo de estrangeiros e de autoridades ligadas a campanhas eleitorais.
Entretanto, oficiais do governo não confirmaram a questão à reportagem da BBC. Por outro lado, ambientalistas acusaram alguns políticos de usar a caça ilegal para favorecer sua imagem em época de campanha política. Para ganhar votos dos moradores afegãos, candidatos apóiam esta prática e ganham a confiança e o voto deles.
Abdul Rahman Sahali, ativista civil junto ao Conselho Profissional Herat, em entrevista a BBC, disse que “com a campanha eleitoral em evidência, alguns grupos e elementos que estão perto de alguns países [do Oriente Médio] estão trazendo pessoas desses lugares para garantir mais apoio à sua candidatura”.
Algumas autoridades afegãs também admitem que a caça ilegal colocou animais como o lince, urso preto e marrom, chita asiática e garça da Sibéria na lista das espécies em riscos de extinção.
O Paquistão, país vizinho, também concentra a caça de animais selvagens apoiando a captura de Houbara bustard, uma ave migratória da Ásia Central. Entretanto, diante do estado de ameaça de extinção em que estas espécies de animais se encontram, o governo paquistanês notificou os 33 detentores das licenças de caça pelos países do Golfo para restringir o número de animais capturados e tentar regulamentar a questão.
Uma solução apresentada por Aziz Gul Saqib, diretor do Zoológico de Cabul, são as campanhas de conscientização contras as tais práticas. O diretor acredita que esta é uma das maneiras de reduzir esses índices.