Cruzamentos com cães domésticos levaram os verdadeiros Dingos quase à extinção. O Dingo é uma subespécie de lobo cinzento, um animal agressivo, apesar de sua aparência dócil, muito parecida com um a de um cãozinho.
A espécie existe há cerca de 3.500 anos na Austrália, mas não sobreviverá por muito tempo caso sua preservação não seja realmente uma prioridade entre os nativos. Os cães Dingos já estão classificados como vulneráveis na lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês).
Considerados um perigo a outros animais e às pessoas, eles são perseguidos por pecuaristas e fazendeiros que os querem longe de seu território. Esses mamíferos são protegidos nos parques nacionais australianos, mas desfrutam de poucas garantias fora deles, chegando a ser considerados uma praga que deve ser erradicada a todo custo. Somando isso aos cruzamentos genéticos com outras espécies, os Dingos de raça pura se tornaram raros, mesmo no deserto central, onde antes eram mais abundantes.
Para garantir que os animais sobrevivam por mais tempo, a solução é a procriação por meio do cruzamento de animais geneticamente puros. No entanto, muitos cães selvagens que vivem soltos na natureza já são mestiços com outras espécies. Estima-se que apenas 20% deles sejam Dingos verdadeiros.
Apesar de conhecidos como cães australianos, os Dingos não são uma espécie nativa. Eles chegaram à Austrália há milhares de anos com os aborígenes, transformando-se em um dos principais predadores do continente.
A origem dos Dingos ainda não é certa, mas acredita-se que sejam resultado das primeiras domesticações do lobo, que, depois de alguns anos, foram novamente soltos e voltaram a ser animais selvagens.
O cão Dingo não deve ser confundido com um animal de estimação. “Eles têm uma veia selvagem. Não são bons animais de estimação, não são bons com crianças, não são bons com outros animais. Eles são caçadores”, diz a presidente da Associação de Preservação do Dingo Australiano, Amanda McDowel.