O governo chinês veio a público anunciar na última semana de 2016 uma importante decisão que promete transformar a relação do país com os elefantes. Isto porque a China é quem mais consome as presas de elefantes em todo o mundo e, até o final deste ano, deixará de comercializar o marfim, após ceder ao apelo de ambientalistas e governos de outros países.
A notícia foi recebida como uma “vitória monumental” para a organização não-governamental WWF-International, já que o fim da venda e processamento do material vem sendo solicitado há décadas, além dos esforços realizados pela ONG para conservação da espécie. Vale destacar ainda que o mercado chinês era responsável pelo consumo de 70% de todo marfim vendido globalmente, fato que engradece ainda mais a decisão.
Para se ter uma ideia, em alguns lugares da China, o quilo do material chega a custar mais de 1000 dólares e tem grande símbolo de status social na cultura local, já que é usado para confeccionar joias e produtos de luxo.
A expectativa agora é de que a população de elefantes possa, mesmo que aos poucos, se recuperar do extermínio sofrido ao longo das últimas décadas. No período entre 2007 e 2014, houve uma redução de 30% na população da espécie, que hoje perde cerca de 20 a 30 mil exemplares todos os anos para a atividade de caça.
Os números impressionam ainda mais quando se tem conhecimento que, até meados de 1800, existiam aproximadamente 20 milhões de elefantes vivendo nas savanas e florestas africanas, o habitat natural da espécie. Agora restam apenas cerca de 500 mil animais vivendo no continente, fato que tornou a espécie ameaçada de extinção.
Importante lembrar que, ainda em setembro de 2016, o presidente Barack Obama e Xi Jinping assinaram em conjunto um documento no qual se comprometeram a acabar com o mercado de marfim em seus países. Em confirmação, o governo chinês já anunciou que quatro fábricas de processamento e quase 150 lojas serão fechados nos próximos meses.