Flickr.com / odrigo Soldon O papagaio de peito roxo está na lista vermelha da IUCN, classificada como “em perigo” desde 2012.

O Brasil é considerado um dos países mais ricos em biodiversidade, com diversas e belas espécies de animais. Porém muitas delas estão entrando em extinção devido a fatores como variação climática, desmatamento, poluição, tráfico e caça. Segundo o IBAMA, aproximadamente 350 espécies correm risco de sumir.

Uma das aves que está sob grave ameaça é a Amazona Vinacea, mas conhecida como Papagaio do Peito Roxo. Ela chega a medir até 35 centímetros, chegando à maturidade aos dois anos e sua longevidade é de, em média, 60 anos.

O roxinho, como a ave é a carinhosamente chamada, está localizado ao norte da Argentina e no sudeste do Paraguai. Aqui no Brasil, a ave habita partes do sul da Bahia e norte do Rio Grande do Sul. Alimenta-se de brotos, frutos e sementes e bota de dois a quatro ovos, que ficam incubados por um período de 25 a 26 dias.

Ave entrou na lista vermelha de extinção há quatro anos

O papagaio de peito roxo está na lista vermelha da IUCN, classificada como “em perigo” desde 2012. Em locais como o Parque Nacional das Araucárias, a ave já foi, inclusive, considerada extinta.

Um estudo realizado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que financiava o Projeto Chorão, em parceria com instituições dos três países, chegou a conclusões preocupantes. Segundo o censo restam cerca de três mil espécies desse papagaio na natureza, sendo que 91%, ou seja, 2.857 aves, estão aqui no Brasil. Na Argentina restam 143 e no Paraguai, 133.

Malu Nunes, diretora executiva da instituição, afirmou ao site do G1: “A espécie corre atualmente um sério risco, visto que seu tamanho populacional está drasticamente reduzido e muito abaixo dos níveis seguros.”

O projeto também envolveu a Universidade de São Paulo, a Universidade de Passo Fundo, o Instituto Chico Mendes, a ONG Guyra Paraguay, a Associação Ornitológica do Prata e o Projeto Pinho Paraná, na Argentina, entre outros.

Luta pela preservação

Para diminuir a comercialização das aves e aumentar a instalação de “caixas-ninho” na selva, espécie de ninhos artificiais que favorece a reprodução das aves, serão feitas campanhas e ações para expandir as possibilidades de reprodução e, assim, aumentar a espécie que, segundo os especialistas, era de 10 mil há 10 anos. Entre as causas principais da extinção do papagaio estão a caça ilegal de ninhos e a destruição do seu habitat natural.

O Instituto Espaço Silvestre lidera um projeto de reintrodução do papagaio de peito roxo desde 2010. Mais de 80 aves vítimas de tráfico ilegal já foram devolvidas ao Parque Nacional das Araucárias. Antes da soltura elas fazem exames e recebem uma pulseirinha para monitoração.