Também conhecido como tatuaçu ou tatu-carreta, o tatu-canastra tem como nome científico Priodontes maximus. O animal que pode medir mais de 1 metro de comprimento, além dos 50 centímetros de cauda, é considerado o maior tatu do mundo e pode ser encontrado na maior parte da América do Sul, desde a Venezuela e Guianas até a Argentina, além do Planalto Central do Brasil.
O animal possui os sentidos de audição e visão pouco desenvolvidos, mas um olfato muito aguçado para a procura de alimento. Com garras que chegam a até 20 centímetros, escava a terra a procura de insetos, larvas, vermes, aranhas e cobras. E, por usar da escavação para obter comida, é tido como grande inimigo dos agricultores.
Com o corpo coberto por poucos pelos e patas anteriores cheia de garras enormes, o animal está vulnerável à extinção devido à caça para obtenção de carne e pelo desmatamento do seu habitat. De acordo com estudos, quando capturados pelo tráfico de animais silvestres, a taxa de mortalidade durante o transporte é alta. Isso evidencia também que é difícil o animal viver e se adaptar a cativeiros, o que explica a ausência dele em diversos zoológicos e a dificuldade na preservação.
Engenheiro do ecossistema
O tatu-canastra é considerado de extrema importância para a manutenção de um ecossistema saudável e sua extinção causaria um desequilíbrio no sistema onde é encontrado. Por isso, alguns projetos estão sendo realizados no Brasil para assegurar a permanência da espécie.
Uma iniciativa do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e da Royal Zoological Society of Scotland, o Projeto Tatu Canastra visa entender melhor o animal e preservar a espécie.
Um estudo realizado por biólogos do projeto revelou que o tatu-canastra altera o ambiente e muda a disponibilidade de recursos para outras espécies, sendo considerado, assim, indispensável para o meio ambiente. Dessa forma, o animal ganhou o título de “engenheiro do ecossistema”.
O estudo ainda descobriu, por meio de câmeras, que os túneis cavados pela espécie têm até 5 metros de profundidade e são utilizados por outros animais como refúgio térmico, abrigo contra predadores e área de alimentação e descanso. Estima-se que pelo menos 24 espécies de vertebrados se beneficiam dos novos habitats criados pelos canastras.
De acordo com pesquisadores, as tocas são uma alternativa para os animais na luta contra o aquecimento global, já que a temperatura do interior dos buracos se mantém constante em 24°C.