O número de animais ameaçados em extinção vem crescendo consideravelmente nos últimos anos em todo o mundo. No Brasil, onde se encontra a maior biodiversade do planeta, não é diferente. As populações diminuem ano após ano e a lista vermelha aumenta. Parte fundamental no ecossistema, os peixes correm sérios riscos. Estima-se que, atualmente, mais de 240 espécies e subespécies de peixes e invertebrados estejam ameaçadas de extinção. Dessas, 41 espécies estão em estado crítico. Os números englobam, ainda, os tubarões: das 88 espécies de tubarões brasileiros, 12 estão na lista de espécies ameaçadas de extinção
Dentre as causas do problema está a perda do habitat devido a ações humanas, principalmente em regiões como a Mata Atlântica e estados litorâneos. Isso porque, com o passar dos anos, intensificaram-se as construções de imóveis e rodovias.
Dos animais, algumas das espécies são:
• Carcharhinus porosus – Tubarão azeiteiro;
• Carcharhinus signatus – Tubarão toninha;
• Carcharodon carcharias – Tubarão-branco;
• Devil Shark – Tubarão-sem-dentes;
• Galeorhinus galeus – Cação bico de cristal;
• Mustelus schimitti – Cação bico doce;
• Squatina guggenheim – Cação anjo;
• Sardinella brasiliensis – Sardinha;
• Rhincodon typus – Tubarão Baleia.
Medidas já foram tomadas, mas os problemas ainda são grandes
Além da perda de habitat, muitos peixes e tubarões são utilizados na alimentação humana. Apesar de ações governamentais que proíbem a pesca de determinadas espécies e em determinadas épocas, ainda é possível encontrar peixes ameaçados em comércios.
Neste sentido, em 2013, a Fundação SOS Mata Atlântica, por meio do Programa Costa Atlântica, realizou um levantamento em feiras-livres, grandes supermercados e peixarias da cidade de São Paulo entre os meses de abril e maio. O objetivo era identificar quais espécies, entre peixes, moluscos e crustáceos, poderiam ser encontrados e se o período de “defeso” determinado por lei era respeitado.
O resultado obtido surpreendeu. Foram 34 barracas foram visitadas, 22 supermercados e 10 peixarias. Na primeira parte, em um total de 52 espécies diferentes, a sardinha estava presente em 100% das barracas e o cação em 97%.
A pesquisa revela um problema já conhecido de muitos especialistas: a dificuldade em controlar o período de defesa e a venda, já que muitas vezes os animais são expostos em “filets”. Para isso, é preciso apostar em educação ambiental e em uma fiscalização mais forte, bem como em políticas mais efetivas. Quem sabe, assim, mais peixes podem se salvar.