Animais estavam ameaçados de extinção devido à importação da sua pele.
No final de 2021 noticiamos que os jumentos estavam ameaçados de extinção, com o declínio da sua população. Isso porque a pele do animal é um dos compostos principais na produção do ejiao, uma gelatina da medicina tradicional chinesa usada para tratar problemas de saúde como insônia, tosse seca, menstruação irregular, anemia, problemas de coagulação sanguínea e até impotência sexual. Mesmo sem comprovação científica, ele é consumido em chás e bolos. Seu principal destino – desde 2016, é Portugal, Espanha, China e Itália.
Mas hoje, temos uma boa notícia: a justiça suspendeu o abate de jumentos no Brasil para exportação à China.
A luta vem de anos
No dia 3 de fevereiro, a Justiça Federal decidiu suspender o abate de jumentos no Brasil para exportação à China. A medida foi tomada por 10 dos 13 desembargadores da Corte Especial do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), em Brasília.
A decisão do TRF-1 é mais um passo jurídico de uma ação que corre desde 2018, quando entidades de defesa do direito dos animais entraram com um processo solicitando a proibição. Em um primeiro momento, a Justiça da Bahia concedeu uma liminar proibindo os abates no Estado.
Em 2019 a medida foi suspensa. O abate foi liberado com o argumento que a proibição do mercado prejudicava a economia do município e da Bahia. Este argumento foi refutado no dia 3 de fevereiro, quando a prefeitura de Amargosa não conseguiu provar os supostos prejuízos econômicos provocados pela suspensão inicial do setor.
“Recebemos a decisão com muita felicidade, com sentimento de que vale a pena lutar pelo que é o correto. O abate de jumentos é inaceitável do ponto de vista ético, ambiental e cultural. Não existe motivo para exterminar um animal que faz parte da nossa história, uma espécie com tantos laços afetivos com o Brasil”, diz a advogada Gislane Brandão, coordenadora-geral da Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, uma das entidades que entrou na Justiça contra o setor.
A suspensão do abate vale para todo território nacional, mas ainda cabe recurso. Além disso, há outros processos na Justiça e investigações do Ministério Público sobre esse mercado.
Vamos torcer para que a justiça entenda a importância da proibição do couro do animal em prol da economia.
Fontes: G1 | Pensamento Verde | Metro 1