Val Campos Macaco Guigó.

“Este dano não é inevitável, mas uma consequência da maneira que escolhemos para viver”, disse, em um comunicado, Ken Norris, diretor de ciência da Sociedade Zoológica de Londres. A declaração foi feita por conta do resultado apresentado pelo Relatório Planeta Vivo, do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês), na última segunda-feira.

A pesquisa, publicada pela entidade a cada dois anos, mostrou que as populações mundiais de peixes, pássaros, mamíferos, anfíbios e répteis diminuíram 52% entre 1970 e 2010, situação muito mais grave do que a antecipada.

O relatório mostrou que as exigências da humanidade são 50% maiores do que o meio ambiente pode suportar. Assim, o desmatamento, o desperdício de água e as emissões de CO² estão acontecendo mais rapidamente do que a terra pode se recuperar.

Apesar de todos os problemas, o contexto ainda tem condições de se inverter, garantem ambientalistas.

“É essencial aproveitarmos a oportunidade – enquanto podemos – para desenvolver a sustentabilidade e criar um futuro no qual as pessoas possam viver e prosperar em harmonia com a natureza”, afirmou o diretor-geral internacional da WWF, Marco Lambertini.

O “Índice Planeta Vivo”, da WWF, se baseia em tendências nas 10.380 populações de 3.038 espécies de peixes, pássaros, mamíferos, anfíbios e répteis. A pior diminuição aconteceu entre os peixes de água doce, que diminuíram em 76% ao longo de quatro décadas até 2010. Já os animais marinhos e terrestres sofreram uma queda de 39%. Os maiores declínios aconteceram nas regiões tropicais, especialmente na América Latina.

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