No dia 15, um grupo de cientistas concluiu que os humanos estão prestes a causar um dano sem precedentes aos oceanos e os animais que vivem neles. De acordo com Douglas McCauley, ecologista da Universidade da Califórnia e autor do estudo publicado na revista Science: “Podemos estar sentados à beira do precipício de uma grande extinção”.
Mas Dr. McCauley e seus colegas também descobriram que ainda há tempo para evitar uma catástrofe. Em comparação com os continentes, os oceanos são, na maior parte, intactos, ainda selvagens o suficiente para recuperar a saúde ecológica.
“Os impactos estão aumentando, mas não estão tão graves a ponto de não podermos revertê-los”, afirmou Martin Pinsky, biólogo marinho da universidade Rutgers e coautor do estudo.
A pesquisa de McCauley e Pinsky é sem precedentes, pois cruzou dados de diversas fontes, desde relatórios sobre a exploração de combustíveis fósseis até estatísticas sobre remessas de containers, pesca e mineração oceânica.
Foram detectados sinais claros que os seres humanos afetaram os oceanos e a vida marinha de forma grave. Enquanto algumas espécies sofrem com a superpopulação, outras estão ameaçadas de extinção, devido à destruição seus habitats naturais, geralmente causada pela intervenção humana – e que se agravou ainda mais depois de 1800, com a Revolução Industrial.
Ao longo dos últimos cinco séculos, os pesquisadores registraram 514 extinções de animais em terra. Mas os autores do novo estudo descobriu que as extinções documentadas são muito mais raras no oceano.
Porém, a população de recifes de corais diminuiu 40% no século passado, principalmente pelas consequências do aquecimento global. Além disso, algumas espécies de peixes já estão migrando para águas mais frias. Outro dado que preocupa é que as emissões de gases do efeito estufa estão alterando a química da água do mar, tornando-a mais ácida.
Entretanto, a pesquisa indica que há tempo para reduzir os estragos, com a implantação de programas que limitem a exploração dos oceanos. Dessa forma, Dr. McCauley e seus colegas argumentam que limitar a industrialização dos oceanos para algumas regiões poderia permitir que espécies ameaçadas migrassem para outras partes.