No último dia 26 de novembro, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) anunciou a inclusão dos espécimes ocapi (Okapia johnstoni), originalmente encontrada na República Democrática do Congo, e o frango-d’água-d’asa-branca (Sarothrura ayresi) na sua Lista Vermelha. A tabela disponibiliza informações sobre o status de extinção de animais, plantas e outros organismos.
A Reserva da Fauna dos Ocapis, região considerada como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), registra que a população de ocapis, mamíferos da família das girafas, apresentou redução de 43% entre 1995 e 2007 e de 47% de 2008 a 2012. Naturalmente, estes bichos vivem em locais próximos às margens do rio Congo, que percorre o país de norte a leste, no entanto, a devastação de seu habitat, que vem sendo ocupada pelo homem, tem afetado a vida e procriação dos ocapis. A IUCN aponta que faltam iniciativas para a conservação da Okapia johnstoni, afinal, a espécie foi extinta em Uganda.
Raramente encontrado no período atual, o frango-d’água-d’asa-branca já pôde ser avistado em alguns países do continente africano, como Etiópia, Zimbábue e África do Sul. Entretanto, devido ao rápido declínio do número de grupos de sua raça, a União Internacional para a Conservação da Natureza inseriu o pássaro na categoria de “criticamente em perigo”. Segundo a entidade, a expansão de áreas destinadas à agricultura causou alteração nos biomas e prejudicou a proliferação do espécime.
Por outro lado, a IUCN divulgou boas notícias, uma vez que as populações de tartaruga-de-couro (Dermochelys coriácea), albatroz-de-sobrancelha (Thalassarche melanophrys) e o albatroz-patinegro (Phoebastria nigripes) demonstraram aumento. Porém, a Lista Vermelha ainda possui 71.576 espécies cadastradas e, deste total, 21.286 são consideradas como ameaçadas de extinção.
Mata Atlântica concentra 60% das espécies ameaçadas de extinção no Brasil
Conforme informações do Departamento de Conservação da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA), cerca de 60% das espécies da fauna e flora nacional ameaçadas de extinção estão nas áreas pertencentes à Mata Atlântica. É importante ressaltar que, atualmente, o bioma, que vai do Nordeste ao Sul do Brasil, possui somente 20% de formação original, ou seja, poderia abrigar uma maior variedade de animais e vegetais.
No entanto, segundo Carlos Alberto Scaramuzza, diretor do departamento ligado ao MMA, o País mantém parcerias com entidades alemãs, como a Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (GIZ, sigla no germânico), e investirá em projetos para recuperar a biodiversidade do território da Mata Atlântica.