© Depositphotos.com / DesignPicsInc Orquídea.

Uma das consequências mais graves para o modelo de sociedade que vivemos atualmente é a extinção de espécies de animais e plantas, diminuindo a biodiversidade e a vida no planeta. Utilizada em todo o mundo como ferramenta para guiar ações de conservação e decisões políticas, a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção, da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) está completando 50 anos de existência.

A lista é atualizada duas vezes por ano e a última versão incluiu mais 817 espécies. Dessa forma, agora são 73.686 espécies avaliadas, das quais 22.103 (30%) estão ameaçadas de extinção.

A ideia da IUCN é transformar a lista em um Barômetro da Vida, aumentando o número de espécies avaliadas de 70 mil para pelo menos 160 mil até 2020. Ela é um dos inventários mais detalhados do mundo sobre o estado de conservação mundial de várias espécies de plantas, animais, fungos e protistas, servindo de referência para a maioria dos projetos de conservação e instituições renomadas

Brasil

Marco Antônio de Freitas Tatu-bola-do-nordeste.

No caso do Brasil, a situação mais preocupante é a do tatu-bola-do-nordeste (Tolypeutes tricinctus), mascote da Copa do Mundo 2014. A IUCN já avaliou cerca de 5.500 espécies no país, e, na primeira atualização de 2014, o tatu permaneceu classificado como vulnerável.

O número de exemplares da espécie diminuiu um terço nos últimos 15 anos, muito por conta da perda de 50% de seu habitat natural, a caatinga e o cerrado. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apontou a caça predatória, a destruição de seus habitats e o pouco conhecimento existente como os causadores do problema.

Mundo

Após a atualização, a IUCN destacou a situação de dois grupos: os lêmures, originários de Madagascar, e as orquídeas sapatinhos, encontradas na América do Norte. Segundo a organização, 94% dos lêmures estão ameaçados de extinção. Das 101 espécies sobreviventes, 22 estão criticamente ameaçadas, 48 estão ameaçadas e 20, vulneráveis. A situação é agravada pela destruição de seus habitats naturais e a caça.

O caso das orquídeas (subfamília Cypripedioideae) é parecido. Cerca de 80% das espécies estão ameaçadas de extinção por conta da destruição do seu habitat e a coleta das espécies selvagens para alimentar o comércio local e internacional.

Outra triste notícia trazida pela atualização da lista foi a extinção de uma espécie de samambaia originária do Arquipélago das Bermudas, a Diplazium laffanianum. O desaparecimento aconteceu pela destruição de seu habitat e pela introdução de espécies exóticas no local.

A boa nova ficou por conta do Acanthobrama telavivensis, um peixe encontrado apenas em Israel, mais conhecido como Yarkon bleak. Ele saiu da categoria “Extinto na natureza” para “Vulnerável”, devido a um programa de reprodução em cativeiro dos últimos 120 peixes que haviam restado na natureza.

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