Mesmo com todas as campanhas publicitárias internacionais e diversos programas de incentivo à preservação, milhares de espécies animais ainda sofrem bastante com o problema da extinção. Um caso gravíssimo acontece com o rinoceronte branco do Norte, que conta apenas com duas fêmeas (Fatu e Naeem) em todo o mundo.
Preocupados com o animal e o futuro – incerto – de suas gerações, cientistas de vários países (Alemanha, Estados Unidos, Itália e Japão) estão planejando recorrer a uma operação que pode fazer com que o rinoceronte branco do Norte seja salvo da ameaça alarmante de extinção.
Através do método de extração do gameta feminino, popularmente conhecido como aspiração folicular, os especialistas planejam hospedar as células das duas fêmeas em outras espécies de rinoceronte (assim como fazem com barrigas de aluguel), com o objetivo de recuperar sua reprodução ou, pelo menos, preservar o animal. Em conjunto, os óvulos das fêmeas serão fecundados com esperma congelado, na tentativa de obter embriões (que também serão congelados).
A justificativa para tal procedimento tem a ver com o fato de que nem Fatu e Naeem são capazes de reproduzir por meios naturais, o que preocupa ainda mais a espécie. Também desta forma os cientistas ganhariam tempo para desenvolver a técnica de implantação no útero de uma fêmea de rinoceronte branco do Sul – que será a responsável pela reprodução.
Caso aconteça, é a primeira vez no mundo que o procedimento será realizado, o que tem gerado grande expectativa e, ao mesmo tempo, incertezas para os especialistas sobre o resultado da ação. Vale destacar que, uma experiência similar foi realizada com a subespécie do Sul e obteve sucesso.
O grupo de cientistas fala ainda sobre a importância da operação, já que a ideia é de que outras espécies sob forte ameaça de extinção sejam submetidas ao mesmo processo no futuro próximo. De acordo com o planejamento divulgado, os óvulos devem ser removidos em outubro deste ano.
“É o mamífero do planeta que está em maior perigo de extinção”, enfatiza a à Agência Efe Jan Stejskal a assessoria de imprensa do zoológico tcheco Dvur Kralove, proprietário dos últimos exemplares da espécie no planeta. Atualmente, os animais vivem na reserva de Ol Pejeta Conservancy, no Quênia.