Uma importante conquista para o país foi confirmada pelo Programa de Reprodução da Harpia (Harpyja) de Itaipu, no Paraná, no início deste mês. Trata-se do nascimento do primeiro animal da espécie, através do projeto, cuja mãe é também nascida em um cativeiro.
O caso raro está sendo comemorado não só pelos pesquisadores do projeto, mas por todos os especialistas que estudam a reprodução de espécies animais na América do Sul. Isto porque, anteriormente, em apenas duas outras vezes tal feito obteve êxito no cenário internacional – nos zoológicos dos Estados Unidos e Panamá, respectivamente.
O médico veterinário do programa, Wanderlei de Moraes, explicou no release oficial da Itaipu Binacional que o nascimento da segunda geração de harpias em cativeiros mostra que o esforço na reprodução da espécie vem dando resultado. Principalmente porque, há alguns meses, um macho de harpia nascido no RBV (Refúgio Biológico Bela Vista), até fecundou um ovo, mas a operação não terminou em sucesso. “Isso prova que as aves nascidas aqui, em cativeiro, estão buscando a reprodução”, afirmou o especialista.
Além deste filhote, nascido em uma condição inédita, um novo exemplar da espécie nasceu também no cativeiro no dia 08 deste mês – este de um casal antigo do RBV. Com a notícia, o Programa da Itaipu passou a somar 31 nascimentos de harpias no local, o que faz da instituição a maior do mundo para a causa.
“O foco nosso e das outras instituições que trabalham com harpia no Brasil é ampliar o número de indivíduos da espécie”, indaga Wanderlei. Segundo a instituição, atualmente, estima-se que existam de 120 a 140 harpias sobrevivendo em cativeiros. No Brasil, a Harpia é encontrada em maior número na região do bioma amazônico e há alguns registros também na Mata Atlântica. No Paraná, estado que tem a ave como símbolo, entretanto, há poucos exemplares.