iStockphoto.com / NaluPhoto Ceará é o local que mais registra encalhes de peixes-boi no Brasil.

O peixe-boi é um mamífero que já se encontra em extinção. No Brasil ele é protegido por lei desde 1967, para evitar sua caça predadora. Um projeto batizado de Manati (um dos nomes dados ao paixe-boi) conseguiu devolver cinco animais à natureza em Alagoas. Os animais foram resgatados e reabilitados no Ceará para que pudessem voltar ao seu habitat natural.

Ana Carolina Meirelles é coordenadora do projeto e afirmou ao site da Agência Brasil que o Ceará é o local que mais registra encalhes de peixes-boi no Brasil. No período de acasalamento, os peixes-boi se dirigem até estuários que são regiões de transição entre um rio e o mar para o nascimento dos filhotes em uma região mais calma.

O problema é que a maioria dos estuários se encontra muito assoreada, o que faz com que os animais encalhem. As fêmeas que não encalham acabam por terem os filhos em mar aberto. Os filhotes, com dificuldades de acompanhar a mãe e, sem direção, também vão até os locais assoreados e ali também encalham. Muitos deles morrem nesses processos dificultando, assim, a manutenção da espécie.

Biólogos da ONG Aquatis atuam na região resgatando os animais e conscientizando a população costeira da importância de também auxiliar no resgate. Eles envolvem a todos para que o trabalho obtenha melhores resultados. O resgate conta com equipes de plantão e funciona 24 horas por dia. Cerca de 6,8 mil pessoas já foram instruídas e capacitadas para auxiliarem nos regastes, muitos deles são estudantes, professores e pescadores.

Quando são resgatados pelo projeto, os animais ficam quatro anos em reabilitação. Em 2016, o projeto contará com o início da construção de um cativeiro em ambiente natural, que fará com que o processo de reinserção dos animais seja ainda mais eficiente.

Um estudo feito pela Universidade Federal de Pernambuco em 2013, em parceria com a Fundação Mamíferos Aquáticos, identificou a existência de uma população de mil peixes-boi marinhos da costa de Alagoas até o Piauí. Hoje, além dos cinco animais recém-soltos na natureza, mais nove encontram-se em processo de reabilitação, sete no Ceará e dois em Pernambuco.