Ocupando áreas de Portugal e Espanha, o Lince Ibérico (Lynx pardinus) é o carnívoro mais ameaçado na Europa e o felino mais ameaçado no mundo. O último censo indica que há menos de 150 indivíduos adultos. Por enquanto, só está confirmada a existência de duas populações reprodutoras, em Doñana e Andujár-Cardeña no extremo Oriental da Serra Morena (Espanha).
Foram várias as causas que ao longo das últimas décadas levaram ao rápido declínio das populações de lince ibérico, em termos de número e de área de distribuição da espécie. Mas as duas ameaças principais foram: a regressão da sua principal presa (o coelho-bravo) e a perda e deterioração do seu habitat.
Pelo fato desses felinos viverem isolados entre si isso os torna ainda mais vulneráveis. As áreas onde o animal vivia foram destinadas à produção florestal intensiva e campos de pastagem. Além disso, a construção de grandes estradas, a caça ilegal, envenenamento, atropelamento e os incêndios florestais também têm contribuído com esse processo de extinção.
Tal como muitos outros felinos, o lince ibérico é uma espécie solitária. Os machos só procuram as fêmeas na época da reprodução, entre os meses de janeiro e fevereiro. O número de filhotes varia entre 1 a 4 e nascem entre março e abril. Por terem uma ótima visão e ouvido apurado, são bons caçadores e sua alimentação inclui além do coelho bravo, perdizes, peixes e raposas.
O lince ibérico ainda possui características muito particulares que o permitem distinguir dos outros felinos. Entre elas estão os pelos rígidos e negros em forma de pincel na extremidade das orelhas e a cauda bastante curta, com cerca de 14 cm de comprimento, e com a extremidade negra. Além disso, a espécie possui ainda longos pelos brancos e pretos no focinho que se assemelham a barbas e que crescem com o avançar da idade.