Uma longa lista, incluindo plantas e animais, foi divulgada pelos cientistas e pela comunidade conservacionista
No último ano, cientistas e organizações conservacionistas declararam que uma longa lista de espécies (incluindo sapos, orquídeas e peixes) pode ter sido extinta.
A maioria dessas espécies divulgadas não é vista há décadas, apesar das expedições frequentes e regulares para descobrir se ainda existem. As causas dessas extinções vão desde doenças até a perda de habitat, mas a maior causa, infelizmente, se deve ao impacto humano sobre o meio ambiente.
Os cientistas costumam ser cautelosos ao declarar a extinção de plantas ou animais, principalmente porque muitas espécies estão em regiões de difícil acesso. Por isso, muitos dos anúncios no ano passado declararam que estas espécies estão “possivelmente” ou “provavelmente” extintas – pois sempre existe uma esperança de que esta situação se reverta.
E há razão para essa esperança: quando energia e recursos são dedicados para salvar espécies, geralmente funciona. Um estudo publicado em 2019, descobriu que os esforços de conservação reduziram as taxas de extinção de aves em 40%. Outro artigo recente descobriu que as ações de conservação evitaram dezenas de extinções de pássaros e mamíferos nas últimas décadas. O artigo adverte ainda que muitas das espécies permanecem criticamente ameaçadas, mas é possível evitar que isso aconteça.
Espécies declaradas extintas
No ano passado, os cientistas e a comunidade conservacionista declararam algumas espécies extintas em 2020. A lista foi feita a partir de reportagens da mídia, artigos científicos e a Lista Vermelha da IUCN – que mostra quais são as espécies ameaçadas de extinção.
32 espécies de orquídeas de Bangladesh
Um dos primeiros artigos de 2020 anunciou a provável perda de 17% das 187 espécies de orquídeas conhecidas em Bangladesh. Algumas ainda existem em outros países, mas até mesmo extinções regionais nos dizem que prejudicamos nossos habitats ecológicos. Um artigo semelhante publicado poucos dias depois sugeriu que outras nove espécies de orquídeas de Madagascar também podem ter desaparecido no ano passado.
Foto: Wikipedia
Peixe-mão liso (Sympterichthys unipennis)
Esta foi uma das poucas extinções de 2020 que recebeu grande atenção da mídia. Os peixes-mão são um grupo incomum de espécies cujas barbatanas frontais se parecem um pouco com apêndices humanos, que são usados para “andar” pelo fundo do oceano. A espécie lisa, que não era vista desde 1802, vivia na costa da Tasmânia e provavelmente era comum quando foi coletada pela primeira vez por naturalistas. Pesca submarina, poluição, destruição do habitat e outras ameaças são as prováveis razões da extinção. Embora a pesca local tenha entrado em colapso há mais de 50 anos, as espécies remanescentes de peixes-mão ainda estão criticamente ameaçadas, então esse aviso de extinção deve servir como um importante alerta para salvá-los.
Mais de 20 espécies de rãs
A IUCN declarou mais de 20 espécies de rãs da América Central e do Sul como “criticamente ameaçadas (possivelmente extintas)” por conta de um fungo quitrídio, que mata anfíbios.
Dentre as espécies estão o Pristimantis anotis, que não é observado há 46 anos, e o sapo Atelopus pinangoi, que desapareceu principalmente na década de 1980. Um único sapo juvenil observado em 2008 leva os cientistas a dizer que esta espécie “ou está possivelmente extinta ou se ainda houver uma população existente, é muito pequena (<50 indivíduos maduros)”.
Morcego japonês
Os cientistas registraram o morcego japonês Pipistrellus sturdeei apenas uma vez, no século 19. A IUCN listou como “dados deficientes” de 2006 a 2020, um período durante o qual sua taxonomia estava em debate, mas um artigo publicado em março resolveu essa questão, e a última atualização da Lista Vermelha colocou a espécie na categoria extinta. O próprio governo japonês listou o morcego como extinto desde 2014.
Agave lurida
Esta suculenta foi vista pela última vez em Oaxaca, México, em 2001. A espécie foi declarada extinta na natureza neste ano, após inúmeras expedições em busca de plantas remanescentes. No entanto, de acordo com a Lista Vermelha da IUCN, existem apenas algumas espécies deixadas em coleções, o que é uma preocupação para a extinção da Agave Iurida em um futuro próximo.
Com informações da EcoWatch