Durante o ano de 2012, a região de Hong Kong, na China, teve um crescimento populacional de 1,2%, atingindo a marca de 7,1 milhões de habitantes. Mas até quando as estruturas conseguirão abrigar tanta gente? A possível solução foi elaborada pelo arquiteto chinês Gary Chang, criador do apartamento “ultra-reversível”, que adaptou seu lar de apenas 31 m² para usufruir de 24 cômodos, isto é, uma invenção que promove a economia dos espaços, facilitando a moradia de grandes populações em espaços reduzidos.
Ter onde residir é uma das necessidades mais básicas do ser humano, no entanto, a expansão populacional em ritmo desenfreado, além de problemas relacionados à exploração dos recursos naturais, tornou as ofertas imobiliárias incompatíveis com as demandas por habitações. Contudo, a ideia de Gary Chang pretende dar um sentido ao termo “versatilidade de ambientes”, pois permite casas confortáveis, tecnológicas e que não ocupam grandes perímetros nos concorridos metros das grandes metrópoles.
Com o projeto batizado de Domestic Transformer, o arquiteto pretende incentivar o uso consciente dos espaços, evitando a construção de cômodos pouco utilizados e, portanto, teoricamente, favorecendo a distribuição dos territórios de maneira mais igualitária. Basicamente, a criação do chinês visa à apropriação de uma única e pequena metragem com design arrojado e equipamentos polivalentes, fazendo com que a estrutura da casa e mobília atendam as mais diversas funções.
Para alcançar este impressionante número de cômodos em curto território, Gary Chang investiu em móveis embutidos e paredes movediças, isto é, as divisórias do local podem ser transformadas em cama, banquinhos, prateleira de livros e até numa estante portando cosméticos. O apartamento “ultra-reversível” do arquiteto também conta máquinas de lavagem e secagem de roupas, várias gavetas espalhadas pelo recinto, uma bancada planejada para a cozinha e TV de LED acoplada à parede, necessitando apenas da movimentação das estruturas.
Ainda não entendeu? Para acessar cada um dos ambientes, isto é, as 24 configurações de cômodos, o morador precisa deslizar as divisórias móveis, acionando os aparelhos compactos necessários para cada tarefa. No entanto, a única área exclusiva é destinada ao banheiro que, por sua vez, precisa de encanamentos fixos para dar funcionalidade ao chuveiro e aos utensílios de higiene pessoal.
De acordo com Stephen Emmott, professor da Universidade de Oxford e chefe de um laboratório interdisciplinar da Microsoft Research, em Cambridge (Reino Unido), no livro “10 Bilhões”, a intensa expansão populacional será responsável pelos níveis insustentáveis de demanda por recursos e território no planeta Terra até o final do século.
Com investimentos a partir de US$ 220 mil, algo em torno de R$ 513 mil, o apartamento Domestic Transformer pode ajudar os centros urbanos a comportarem grandes volumes de habitantes por mais tempo, evitando a desapropriação de locais reservados à natureza para a construção de imóveis, ou seja, algo que tem acontecido frequentemente.
Confira no vídeo como Gary Chang dividiu seu apartamento de 31m² em 24 cômodos móveis: