Da preocupação em criar sistemas de edificação que minimizem o impacto da construção civil sobre o meio ambiente surgiu um projeto ambicioso de transformar containers em moradias. Fabricadas no Brasil, as casas são feitas de material reciclado, lã de PET e utilizam recursos de reaproveitamento de água.
“Além do apelo sustentável, o que chama atenção das pessoas é que os projetos são exclusivos. Costumo dizer que eles têm o DNA dos clientes, com preços atraentes e agilidade na entrega”, explica André Krai, diretor do Grupo Container, empresa pioneira no reaproveitamento de containers.
De acordo com Krai, as vantagens de utilizar esse conceito em moradia são inúmeras. A empresa promete economia de 40% sobre o valor de uma construção convencional e rapidez na instalação. “A montagem ocorre por meio de uma estrutura modular, na qual os módulos se encaixam e vão dando forma ao projeto. A instalação não prevê obras de fundação, nem necessitam de estrutura em cimento, não dependem de variação climática ou coisa do tipo. Em até 30 dias o cliente recebe a estrutura completa, pronta para morar”, diz.
Sustentabilidade do projeto vai além da estrutura
Krai explica que há dois tipos de abastecimento de água, luz e esgoto. O primeiro, mais comum, justificado pelo baixo custo, ocorre por meio de um “plug”, uma espécie de tomada, conectando o container ao sistema de geração destes recursos. Já o segundo, que exige um projeto mais elaborado, utiliza captação de energia solar ou gerador e necessita da criação de um sistema hidráulico próprio.
A mobilidade também merece destaque. Caso o cliente opte pelo abastecimento mais comum de água, luz e esgoto, a casa funciona como um “aparelho eletrônico”, que pode ser desconectado e conectado em outro lugar. “Assim, caso o cliente não se adapte ao local onde escolheu morar ou por qualquer outro motivo precise se mudar, ele pode levar a casa aonde ele for”, explica.
Segundo os criadores, as estruturas duram cerca de 90 anos e a empresa também oferece manutenção sempre que solicitado ou caso a estrutura do container sofra algum dano. É possível escolher entre 30, 60 e 90m², de acordo com a necessidade e o poder de compra de cada cliente.
A variação climática das regiões do Brasil, no entanto, não é empecilho para a criação dos projetos. Krai explica que a empresa contempla 200 instalações que vão do Norte ao Sul do país e que o material recebe isolamento térmico, bem como estrutura para sistema de ar condicionado e de calefação.
Instalações já existem em outros países
As moradias em container já são uma tendência mundial. Países como Holanda e Japão utilizam esse modelo há anos, mas, além das moradias, lojas, academias, showrooms e restaurantes já desenvolveram projetos inovadores com forte apelo visual. “Sustentabilidade é uma tendência. Essa geração tem um pensamento sustentável mais forte. Ela está, de fato, preocupada com as gerações futuras. Por isso, os comerciantes também buscam alternativas que impactem os consumidores e tragam benefícios ao meio ambiente”, finaliza.