A busca por materiais alternativos e sustentáveis para a construção civil é um dos desafios que acompanha o crescimento deste mercado no país. Segundo relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), o setor consome 40% de toda energia, extrai 30% dos materiais do meio natural e gera 25% dos resíduos sólidos. Além disso, a indústria de insumos é uma das principais emissoras de gases do efeito estufa.
Para minimizar os impactos do setor, pesquisas sobre novos produtos e tecnologias adequadas às exigências sustentáveis têm ganhado atenção especial. Como resultado destes estudos, um dos principais materiais utilizados na construção civil, o cimento, já ganhou uma versão ecológica, mais resistente, estável e impermeável em relação ao cimento comum.
O cimento ecológico é desenvolvido a partir de resíduos provenientes de diversas indústrias – siderúrgica, de fundição, termelétrica e de carvão vegetal. A substituição do clínquer – material de argila e calcário utilizado na produção de cimento convencional – por estes materiais reduz em 95% as emissões de carbono e em 80% o gasto de energia em relação ao processo de produção tradicional.
O CP III (Cimento Portland de Alto Forno), como é chamado, é um cimento de uso geral, que pode ser utilizado em todas as etapas da obra, e já representa mais de 17% do consumo do material no Brasil. Essa alternativa verde é fundamental para garantir a sustentabilidade do mercado de construção civil no médio e longo prazo, uma vez que, de acordo com projeções da indústria, a demanda pelo material deve mais do que dobrar até 2050.