De acordo com o Green Building Council Brasil (GBC Brasil), conselho que procura desenvolver a indústria da construção sustentável no país, o Brasil ocupa o quarto lugar entre as nações que mais concentram edificações feitas a partir de critérios ambientalmente adequados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes Unidos.
Em 2013, os números de edificações certificadas pelo sistema internacional Leadership in Energy Environmental Design (LEED) no Brasil aumentaram 51%, segundo Felipe Faria, diretor gerente do Green Building Council Brasil.
Além disso, o GBC, que concede a certificação LEED no país, comprovou o aumento, que chegou à marca de quatro certificações concedidas por mês e dois novos empreendimentos registrados a cada três dias úteis do ano.
Outros dados do GBC indicam que o Brasil é destaque também em segmentos isolados da construção sustentável. O país se consolidou como a segunda nação com maior número de edificações esportivas certificadas pelo LEED após a certificação de seis estádios da Copa do Mundo, a Arena Grêmio e o Centro de Desenvolvimento Esportivo em Osasco.
Entre as tecnologias que contribuem para o desenvolvimento da construção sustentável em terras brasileiras estão desde energia limpa, captação da água da chuva e até tratamento do esgoto na própria edificação.
O exemplo que ajuda a ilustrar esse cenário é o Hotel Fazenda Spaventura, que recentemente começou a colher os frutos da instalação de uma usina fotovoltaica para alimentar suas edificações. Desse modo, a produção total de energia da usina, que possui 160 placas, teve um investimento de mais de R$ 500 mil, mas já atingiu 4,5 mil quilowatt-hora por mês, representando assim uma economia mensal de R$ 1,8 mil mensais e tornando o hotel autossuficiente em energia limpa.
Além disso, o hotel possui captação de água de chuva por meio das telhas dos chalés para as descargas dos banheiros; filtro e cisterna de água; fabricação dos próprios produtos de limpeza, utilizando óleos orgânicos extraídos e destilados na própria fazenda; e produção de alimentos orgânicos oferecidos para o consumo dos hóspedes.
Mais ações
Além de novas tecnologias, o desenvolvimento da construção sustentável no Brasil depende também do incentivo político.
Um passo importante está no fato de que a Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados aprovou no início de junho uma proposta que permite a concessão de incentivos às edificações urbanas e aos parcelamentos do solo que utilizem tecnologias e padrões de construção ecologicamente sustentáveis.
O objetivo é alcançar transformações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental nas cidades. Entretanto, o tipo de incentivo a ser concedido não foi previsto na proposta e deverá ser fixado em lei posterior, que pode inclusive ser municipal. A matéria será enviada à sanção presidencial.