Criado em 1963 pela socióloga britânica Ruth Glass, a gentrificação urbana é uma expressão que define o processo de grandes transformações, sobretudo, imobiliárias em um determinado espaço (bairro, zona ou até cidade). Proveniente do inglês “Gentrification”, a essência do termo está relacionada à polarização de novos prédios comerciais e residenciais construídos em um novo local.
Analisando o processo economicamente, a gentrificação urbana é responsável pela valorização de toda uma região. A Copa do Mundo de 2014 disputada no Brasil, por exemplo, foi determinante para que a gentrificação transformasse o status quo de muitos bairros vizinhos aos estádios da competição.
Desta forma, habitantes de locais mais distante aos grandes centros comerciais foram “alcançados” com as novas opções de entretenimento implantadas, além da melhoria notória (ainda que não suficiente) de setores como mobilidade urbana e acesso aos serviços públicos. Entretanto, é importante analisar e compreender os aspectos negativos da gentrificação urbana, que, por diversas vezes, também acontece de maneira irracional e acaba prejudicando diretamente a vida de milhares de pessoas.
Problemas gerados pela gentrificação urbana
Uma das principais características do processo, por exemplo, é o assustador aumento no custo de vida, que se eleva para um padrão de valores não condizentes com o local. Como consequência, a população regional se vê pressionada a procurar novos imóveis mais baratos e ainda mais afastados das zonas centrais para sobreviver.
Neste caso, pode se dizer até que [do processo de gentrificação] a desigualdade social é sustentada, desencadeando uma série de outras consequências.
Para o meio ambiente, o processo pode ser também motivo para grande preocupação. Nele, a cidade passa a conviver com impactos como: a formação de novos pontos de poluição atmosférica (prolongação do trânsito, instalação de novas indústrias e empresas etc.) e destruição de espaços verdes (dando lugar a novos empreendimentos).
Em outras palavras, a gentrificação é responsável pela promoção de uma série de problemas graves para o futuro sustentável das cidades.
A solução para o impasse está vinculada à ação do Estado e da constituição. Os dois poderes são responsáveis por determinar projetos que valorizem a revitalização de áreas da cidade com foco no desenvolvimento social e ambiental. A lei de tombamento imobiliário, por exemplo, é uma boa questão a ser discutida e reformulada, para que não só a cidade seja prejudicada, mas, principalmente, o meio ambiente não venha sofrer com a formação de novos edifícios e destruição de áreas de preservação.