A sustentabilidade é a ponte que ligará a humanidade, fauna e flora a um futuro com vida no planeta Terra, isto é, atualmente, um assunto que não chega a ser novidade. Entretanto, devido às condições ambientais, “o amanhã” chegou antecipadamente no vilarejo de Cherapunjee, no estado indiano de Meghalaya. Numa região, frequentemente assolada por chuvas intensas, o povoado aprendeu a cruzar rios e córregos por meio da construção de “pontes vivas”, feitas a partir de raízes de plantas, que podem durar até 500 anos.
Na área, que está entre os lugares mais úmidos do mundo, os níveis dos cursos d’água podem subir até 15 metros, impedindo a manutenção de estruturas convencionais durante longos períodos. Portanto, o desenvolvimento da arquitetura sustentável se tornou o recurso mais viável.
A técnica de montagem da obra, passada entre gerações, consiste na amarração e condução de novas e finas raízes de árvore Ficus Elastica através de troncos, para que cresçam e cheguem ao outro lado. Para que a ponte obtenha total funcionalidade, são requeridos entre 10 a 15 anos de cultivo, porém, após este período, é suportada a passagem de mais de 50 pessoas por vez. Nas composições é empregado o uso de pedras à forragem do piso, visando facilitar o caminho.
Considerando que a produção de cimento consome 2% da energia global e suas fabricantes são responsáveis por 5% da emissão de dióxido de carbono (CO2) no mundo, construções como as encontradas na Índia se tornam plausíveis, pois, demonstram eficácia e apresentam bom custo benefício, ou seja, o conceito poderia ser expandido para outras localizações.
Numa análise estética, as “instalações verdes” se equiparam ou até ultrapassam a beleza de estruturas de design moderno, tornando atrativo o investimento na edificação. Portanto, sem a dispersão de poluentes e duração de cinco centenários, as “pontes vivas” são um raro exemplo em que o homem encontrou uma solução sustentável aos seus problemas.