Realizar uma edificação que pouco agrida o meio ambiente e poupe ainda mais os recursos naturais tem sido a tendência do setor da construção civil nacional. Sendo assim, a bioarquitetura age como uma aliada ao desafio de construir cada vez mais empreendimentos que efetuem economia de água, retenham luz solar para fornecer energia elétrica, e que gerenciem a demanda de resíduos sólidos através de práticas de reciclagem. Todos esses requisitos traduzem o conceito de bioarquitetura.
Segundo a ONG GBC Brasil, conselho que audita a qualidade das estruturas comerciais e residências nos moldes da sustentabilidade, este mercado cresceu cerca de 2% ao ano desde 2010, o suficiente para alavancar a economia brasileira com o objetivo de poupar recursos naturais através dessas tecnologias.
Nascido em 1960, o conceito de bioarquiterura consiste em escolhas de componentes ecológicos para a construção das casas. Materiais como terra, pedra, areia, argila, fibras naturais (palhas, sisais, juncos) e cimento queimado são os mais comuns nesse tipo de arquitetura. Esses elementos encontrados na natureza substituem, por exemplo, outro material de construção como cimento, tijolos e vigas de concreto que precisam ser transportados por caminhões até o local e, consequentemente, emitem grandes quantidades de CO2 na atmosfera.
A bioarquitetura também dá preferência para a mão de obra e produtos locais, pois essa é uma forma de incentivar a economia regional, ou seja, é parte dos elementos chave da sustentabilidade, promovendo a redução de impacto ambiental, valorização dos hábitos e práticas de uma sociedade.
Outro exemplo de material usado na bioarquitetura são as telhas feitas de caixa de pasta de dente pré-consumo. Grande parte das embalagens que não serão usadas pela indústria para embalar os tubos é destinada a empresas que realizam o trabalho de produção de telhas ecológicas.
Na bioarquitetura, os projetos levam em conta a climatização natural para evitar o uso de ar condicionado, o qual, segundo a companhia de energia CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz), consome 120kw/h. Por isso, na maioria das construções sustentáveis é comum o uso de janelas amplas e ainda ambientes com paredes altas que permitem grande circulação de ar.
A instalação de painéis solares em residências também faz parte da bioarquiterura, pois, através dessas placas fotovoltaicas, os raios solares são retidos e transformados em energia elétrica. Esta é uma das estratégias em que a chamada energia limpa (geração de energia sem grande impacto ambiental) é utilizada. A bioarquitetura pretende promover, portanto, bem-estar para os moradores e economia de recursos naturais terrestres, retardando ainda mais o seu esgotamento.