Um aplicativo que reduz o consumo de água durante a irrigação da plantação rendeu a uma mineira uma bolsa para estudar na Singularity University, uma universidade na Califórnia ligada à Nasa (a agência espacial americana). Foram escolhidos empreendedores de 19 países para o programa de imersão “Call to Innovation”.
Natural de Itajubá (MG), a administradora Mariana Vasconcelos, de 23 anos, criou a tecnologia na fazenda do pai, em 2014. Chamada de Agrosmart, ela promete tornar as plantações mais inteligentes, já que conecta o agricultor à terra, reduzindo o consumo de água na irrigação.
Para isso, a tecnologia utiliza sensores espalhados pelo campo, que avaliam a umidade do solo e a presença de pragas, entre outros parâmetros. Os dados coletados são interpretados pelo aplicativo, que indica ao agricultor os intervalos de irrigação e outras variáveis em tempo real. Dessa forma, é possível economizar até 60% de água.
No Brasil, cerca de 70% da água é utilizada na agricultura, segunda a Agência Nacional de Águas (ANA). A ideia da criadora é que cada vez mais agricultores utilizem a tecnologia para reduzir esse número, já que a água é um recurso escasso.
Além disso, o app também gera economia de energia elétrica e aumento da produtividade. Outras melhorias podem ser implementadas, já que com mais três sócios no empreendimento e outros cinco funcionários, a administradora busca entender as necessidades diárias dos produtores.
Por enquanto, o Agrosmart está sendo usado apenas em duas fazendas de Minas Gerais, como teste. Até o meio do ano, a meta é atingir outras dez fazendas e mais 35 até o fim do ano.
Bolsa e mestrado
Depois de concorrer com mais de 500 pessoas, Mariana deve ir para os EUA em junho. A bolsa custeia suas despesas com passagem, hospedagem e alimentação. Quando retornar, após o programa, ela ainda terá direito a fazer um MBA na faculdade de tecnologia Fiap, que representa o programa da Singularity no Brasil.