A brasileira Maria Tereza Jorge Pádua, engenheira agrônoma e ambientalista, recebeu em setembro, em Honolulu, Havaí, a medalha comemorativa John C. Phillips, considerada a maior e mais respeitada condecoração do Congresso Mundial da Conservação e da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN).
Dona de uma carreira respeitada internacionalmente por grandes ações e conquistas no setor ecológico, Maria Tereza teve a oportunidade de ser a primeira brasileira e a segunda mulher na história da premiação, que desde 1963 reconhece personalidades importantes para a conservação do meio ambiente.
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Entre os 16 conservacionistas lembrados até a edição de 2016, em que Maria Tereza foi homenageada, apenas Indira Gandhi, primeira-ministra da Índia e importante ativista ambiental, alcançou o posto em 1984. Um fato similar entre ambas as líderes ambientais é o esforço voltado para a criação de diversas áreas de preservação em seus respectivos países.
Em entrevista ao programa Tarde Nacional, da Rádio Nacional da Amazônia, Maria Tereza falou sobre a importância da medalha para si e, principalmente, para as causas que dedicou toda a sua vida: “Eu estou profundamente alegre por esse reconhecimento, fiquei muito emocionada, não esperava. Foram grandes conservacionistas que ganharam, nomes muito conhecidos no mundo todo.”
A criação de 15 parques nacionais e apoio a outros quatro, além da implementação de outras diversas áreas de conservação, que somam mais de 9 milhões de hectares, rendeu à ambientalista o título de “mãe dos parques nacionais do Brasil”. Importante lembrar que a brasileira deu seus primeiros passos na Amazônia em 1968, quando a região ainda não contava com nenhum parque nacional ou reserva ecológica.
A agrônoma fez também menção às dificuldades enfrentadas por ela e pela equipe de pesquisadores nos primeiros anos, já que as questões ambientais não chamavam atenção de muita gente na época. “Se contava nos dedos das mãos quem falava sobre isso no Brasil”, enfatiza Maria Tereza.
Entre os principais feitos realizados por ela, vale destacar as atividades de preservação realizadas in loco ainda no começo de sua carreira ambiental. Para se ter uma ideia, a criação de várias unidades de conservação que até hoje são usadas, precisou de um grande esforço conjunto de todos os envolvidos que se submeteram a atividades de risco, sem contar com o auxílio de recursos básicos (GPS, radar, imagem de satélite) que, na época, sequer existiam.
Maria Tereza participou ainda da criação de iniciativas como Projeto Tamar, do Atol das Rocas, do Projeto Peixe Boi e do Centro Nacional de Pesquisa para a Conservação das Aves Silvestres.