Os mares e oceanos em todo o mundo recebem diariamente uma infinidade de poluentes industriais, esgotos domésticos, navios petroleiros, oleodutos e lixo sólido, totalizando cerca de 14 bilhões de toneladas de lixo acumulado nos oceanos todos os anos.
Embora a capacidade de regeneração dos oceanos seja alta, grande parte da quantidade de poluentes lançados nas águas não é biodegradável, o que dificulta a recomposição da vida animal e vegetal – além do comprometimento na produção de oxigênio e plânctons devido ao elevado nível de concentração de substâncias nocivas.
Nos últimos 30 anos a produção de embalagens e produtos descartáveis teve um aumento considerável, assim como a produção de lixo principalmente nos países desenvolvidos. Atualmente a questão do crescimento econômico aliado à preservação e menor agressão ao meio ambiente é alvo de campanhas, debates e acordos em todo o mundo. Uma das alternativas mais viáveis tem sido a reutilização de materiais reciclados – alumínio, papel, vidro, plástico – já que a ação contribui significativamente para redução da poluição do solo, água e ar, bem como na redução dos custos de produção em empresas de determinados segmentos. A maior empregabilidade e aumento da renda também podem ser apontados como benefícios oriundos do processo de reciclagem e reutilização de materiais, tendo em vista o número crescente de cooperativas de catadores no Brasil.
Mas no meio de tantos fatos negativos relacionados à poluição do meio ambiente, ainda é possível enxergar pessoas e projetos que tentam reverter – ou ao menos amenizar – a situação. É o exemplo de uma organização não governamental situada numa comunidade no Quênia, em que cerca de cem pessoas que estão empregadas hoje vivem da reciclagem de chinelos, transformados em lindos brinquedos e objetos de decoração.
Desde 1998 as pessoas da região de Nairobi, no Quênia, fazem todo o processo de coleta dos chinelos, separação, limpeza e transformação dos materiais em brinquedos para as crianças da comunidade, também disponíveis para venda. Outros objetos que também chamam a atenção são as esculturas gigantes de animais. Parte do lucro obtido com a venda das peças é revertida à fundação que tem como princípios a reciclagem, inovação, sustentabilidade e educação às pessoas. Desde a sua fundação, a organização retirou mais de 400 toneladas de lixo do oceano, e parte dela resultou nos produtos criados a partir de chinelos reciclados.