Atualmente, existem muitas pessoas em países em desenvolvimento trabalhando duro para produzir itens que acabam no nosso carrinho de compras, no entanto, eles não recebem o suficiente para ter acesso aos bens essenciais para a vida – como comida, educação e saúde.

Quem não gosta de uma promoção, não é mesmo? Mas, por trás de preços tão baixos, não se pode deixar de pensar, por exemplo, em como uma camiseta pode ser vendida por apenas cinco reais? Imagine, como é possível alguém plantar o algodão, colher, fazer o tecido, costurar, transportar, vender para um varejista e ainda lucrar, vendendo por um preço desse?

A resposta deve ser extremamente óbvia, mas muitas vezes escolhemos ignorá-la. Roupas, calçados e alimentos extremamente baratos podem, muitas vezes, estar sendo produzidos por meio da exploração de adultos e crianças, que produzem “essas pechinchas” que amamos, trabalhando por longas horas em condições precárias, em troca de pagamentos baixíssimos, ou sujeitos a um regime de escravidão.

O que é comércio justo?

O comércio justo, também conhecido como Fair Trade (em inglês) é uma prática fundamental para o desenvolvimento sustentável, pois ele luta por melhores condições de garantia dos direitos para produtores e trabalhadores.

A International Federation of Alternative Trade (Federação Internacional de Comércio Alternativo) define o comércio justo como uma parceria comercial, baseada em diálogo, transparência e respeito, que busca maior equidade no comércio internacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentável por meio de melhores condições de troca e garantia dos direitos para produtores e trabalhadores à margem do mercado, principalmente aqueles que vivem nos países em desenvolvimento.

O comércio justo não significa apenas que os agricultores e produtores recebam mais dinheiro para que possam sustentar suas famílias a curto prazo – embora isso seja de vital importância. Ele também garante que essas pessoas trabalhem com contratos de longo prazo para que suas comunidades tenham segurança suficiente para investir em melhorias tanto em seus negócios (adquirindo mais terras ou animais ou mesmo investindo em máquinas) quanto para suas sociedades – como escolas ou clínicas de saúde.

Normalmente, fazem parte do comércio justo pequenas cooperativas de trabalhadores que não usam trabalho forçado ou infantil, que usam métodos orgânicos ou ambientalmente sustentáveis ​​e têm altos padrões de bem-estar animal. Os trabalhadores são livres para se associar a sindicatos e negociar coletivamente para ajudar a melhorar suas vidas.

Certificação

Para saber se o produto que você está consumindo vem de um trabalho justo, existem certificações que atestam isso.

No Brasil, a Ecocert é uma das principais incentivadoras do comércio justo, através da Certificação Fair for Life, que já propiciou maiores oportunidades econômicas para mais de três mil pequenos produtores brasileiros, contribuindo para que estes alcancem maiores níveis de competitividade, responsabilidade social e sustentabilidade frente ao mercado convencional. A lista de produtores certificados está disponível no site, para conhecer basta acessar este link.