De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 6 milhões de pessoas morrem por respirar substâncias tóxicas e, conforme o médico especialista em poluição atmosférica e professor da USP, Paulo Saldiva, entre 70% e 90% dos poluentes lançados ao ar são produzidos por veículos. Porém, está em fase de testes um protótipo que pode revolucionar o transporte coletivo e torná-lo sustentável: o ônibus elétrico recarregado a laser.
A companhia ABB, da indústria energética, apresentou no 60º Congresso da Associação Internacional de Transportes Públicos, realizado em Genebra, na Suíça, o projeto piloto denominado Trolleybus Optimisation Système Alimentation (TOSA) 2013, que é reenergizado completamente de 3 a 4 minutos e irá reduzir drasticamente as emissões de gás carbônico.
Articulado e com capacidade para transportar aproximadamente 135 passageiros, o modelo funciona por meio de um dispositivo a laser localizado no teto do automóvel, que faz conexão com os carregadores instalados nos pontos de ônibus. Estima-se que o veículo opere com potência de 400 quilowatts e tenha suas baterias recarregadas em 15 segundos, a partir da terceira ou quarta parada, através do sistema chamado “flash de carga”.
Como benefícios, o produto da ABB não precisa de fiações suspensas espalhadas pelas vias, conta com reabastecimento rápido (o grande impasse dos coletivos elétricos até o momento), promete agilidade ao trânsito, produz menos barulho e pode durar até 10 anos, com a manutenção certa. Porém, o TOSA será movido por energia de hidrelétricas, ou seja, requer controle e estudo para não haver demanda por novas usinas e, consequentemente, alteração de áreas em que predomina a natureza.