Tudo começou de uma brincadeira, ou uma ironia dita pelo ex – marido da artesã boliviana Ingrid Vaca Diez. Depois de ver muitas garrafas PET acumuladas no quintal de sua casa, ele propôs que a boliviana, por fim, construísse uma casa com todo aquele material. Ingrid não se importou se o tom foi debochado, mas aproveitou a deixa e colocou em prática um projeto que já ajudou muita gente: usou as garrafas para construir uma casa e abrigar famílias carentes.
Ingrid, advogada que atua na cidade de Santa Cruz de La Sierra, já guardava este tipo de material e fazia artesanatos desde 2000. O projeto Casa de Botellhas (Casa de Garrafas, em espanhol) iniciou após Ingrid receber uma carta de uma garota carente da Bolívia que pedia à advogada uma casa para abrigar a sua família. Após este apelo, a artesã entendeu a importância do seu trabalho na vida dessas pessoas que era de usar um material reciclável para promover moradia digna para eles.
Um das primeiras construções, depois da casa para a garota carente, foi a creche para crianças bolivianas, as quais já eram vítimas do abandono social. Nessa casa de 170 m² Ingrid conta que usou 36 mil garrafas PET de 2 litros.
“Eu amo a natureza e ecologia, gosto do meu trabalho, mas eu faço isso para um engajamento social como uma meta que esbocei para apoiar e ensinar muitas mulheres donas de casa a como obter moradia para seus filhos. Infelizmente, me deparo com falta de boa vontade e falta de apoio de ONG, mas farei isso até onde Deus permitir.”
Para construir uma casa sustentável, a artesã garante que precisa de materiais simples: 82 garrafas PET de 240 ou 600 ml por m², açúcar, mingau e linhaça para fazer a massa, 10 voluntários e 20 dias de trabalho. Após 14 anos atuando neste segmento da sustentabilidade, Ingrid conseguiu consolidar mais de 300 casas recicláveis pela Argentina, Paraguai e México. A maior delas possui 196 m². Além das garrafas plásticas a artesã usa garrafas de vidro.
A altruísta tem objetivo de construir casas sustentáveis em Jaboatão dos Guararapes, cidade do Estado de Pernambuco em setembro. De início, ela irá construir um berçário de 300 m².
Ingrid acredita que através da educação ecológica pode disseminar as práticas ambientais e ainda beneficiar a sociedade. “ Eu amo a natureza e ecologia, gosto do meu trabalho, mas eu faço isso para um engajamento social como uma meta que esbocei para apoiar e ensinar muitas mulheres donas de casa a como obter moradia para seus filhos. Infelizmente, me deparo com falta de boa vontade e falta de apoio de ONG, mas farei isso até onde Deus permitir” , relata.