Ao longo de quase 1.100 quilômetros de extensão, o Rio Tietê, que em tupi significa “rio verdadeiro”, corta o estado de São Paulo de leste a oeste: nasce no município de Salesópolis, na Serra do Mar em São Paulo, e deságua no Rio Paraná, na divisa com o estado de Mato Grosso do Sul. Maior rio paulista e voltado para o interior, não é a toa que ganhou um dia em sua homenagem: 22 de setembro.
O Tietê foi muito utilizado como estrada de acesso por índios, bandeirantes e religiosos, que necessitavam chegar às vilas que cresciam a beira do rio. Os Jesuítas navegavam entre os rios Tietê, Tamanduateí e o Pinheiros para que pudessem chegar nos pontos mais distantes da jovem cidade. Os Bandeirantes atravessavam todo o estado pelo Tietê até chegarem ao rio Paraná alcançando desta forma a região sul do Brasil.
O piloto Luis Henrique Marini resolveu sobrevoar toda a extensão do Tietê em um paramotor, uma espécie de parapente com motor. O objetivo é elaborar um diagnóstico e chamar a atenção da sociedade sobre a necessidade de recuperar, melhorar e preservar o rio.
A viagem foi iniciada no dia 20 de agosto, em Salesópolis, e terminou no último dia 7, em Itapura. Ela foi motivada pela ligação que Luis tem com o rio. Quando criança, seu avô fundou um clube de esportes em uma das margens do Tietê, porém, a poluição fez com que a prática fosse abandonada no local.
Além de guardar as principais informações em fotografia e vídeo (Luis foi acompanhado por uma equipe de 15 pessoas, entre produtores, cinegrafistas, meteorologistas), ele vai produzir um relatório científico de impacto ambiental sobre como os problemas do Tietê afetam moradores, setor agrícola, lazer, turismo e pecuária. Um livro contará detalhes da expedição. E uma cartilha terá um aventureiro como personagem, para mostrar para as crianças a importância de preservar a água e a mata. A ideia é que ela seja distribuída gratuitamente nas escolas para servir de material de apoio.