O líder seringueiro Chico Mendes lutava pela preservação das florestas e conservação de árvores seringueiras, mas foi assassinado a tiros no quintal de sua casa, no município de Xapuri, no estado do Acre, em 1988. No entanto, a memória do defensor da natureza tem inspirado ONGs, ambientalistas e autoridades do País, e por reconhecer a importância deste personagem, a presidenta Dilma Rousseff sancionou, no dia 16 de dezembro, a lei que oficializa Chico Mendes como patrono do meio ambiente do Brasil.
Além disso, em agosto de 2007, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva estabeleceu a Lei nº 11.516, que decretou a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, para fomentar programas de pesquisa, executar políticas de sustentabilidade, proteger a natureza e exercer o poder de polícia ambiental.
Nascido em 1944, Chico, o filho de Francisco Alves Mendes e Maria Rita Mendes, acompanhava o pai, que atuava como seringueiro, em excursões pela mata desde criança, atividade que o distanciou dos estudos, uma vez que não havia escolas próximas aos seringais. Por isso, o rapaz só aprendeu a ler aos 20 anos, o que não o privou de desenvolver senso crítico e consciência ambiental, pois, a partir de 1975 iniciou sua trajetória como ambientalista.
Sob o cargo de secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brasiléia, Chico Mendes passou a apoiar e participar dos protestos dos seringueiros para impedir o desmatamento, já que os proprietários de terras não demonstravam interesse pelas árvores das quais os profissionais necessitavam para trabalhar. Através dos “empates”, manifestações pacíficas em que as pessoas utilizavam o próprio corpo para proteger as plantas, o líder seringueiro passou a evitar que espécimes fossem derrubados.
Buscando unir os interesses das comunidades indígenas, populações ribeirinhas, seringueiros, pescadores e outros extrativistas, Chico Mendes defendia ativamente a posse da terra pelos habitantes nativos e, através de uma aliança com índios amazônicos, influenciou o governo a criar reservas florestais para a colheita não predatória de recursos naturais.
Por promover debates públicos sobre sustentabilidade, ecologia e reforma agrária, o ambientalista chegou a ser torturado em 1979, e, devido às ações de proteção ao Seringal Cachoeira, no Acre, Chico Mendes teve a morte arquitetada pelo fazendeiro Darly Alves, tragédia concretizada no dia 22 de dezembro de 1988. Darly e seu filho, também envolvido no crime, cumpriram 19 anos de prisão, porém, outros cúmplices saíram impunes.
No dia 16 de dezembro de 2013, houve uma sessão solene no Congresso Nacional, em Brasília/DF, em memória do seringueiro. Embora o falecimento de Chico Mendes tenha completado 25 anos, seus ensinamentos, valores e legado permanecem vivos. Exemplo disso é a homenagem feita pelo músico Jessé, que batizou uma letra com o nome do defensor da natureza, cantando: “Um homem é uma árvore, é milagre que se repete eternamente. Na multiplicação dos frutos, o exemplo da solidariedade”.