Um estudo desenvolvido pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) afirma que a atmosfera da capital paulista seria 30% mais poluída caso o metrô não existisse. Conforme a pesquisa, as internações hospitalares devido a problemas respiratórios e cardiovasculares gerados pela deterioração do meio ambiente aumentam nos dias em que o transporte não funciona.
O levantamento se baseou nos períodos de 2003 e 2006, nos quais ocorreram greves entre os funcionários dos coletivos, para comparar a qualidade do ar e estipular o acréscimo nas concentrações de substâncias tóxicas, principalmente do material particulado conhecido PM2,5 – partículas finas de ar no ambiente de 2,5 micrômetros ou menos, conhecidas por serem responsáveis por doenças respiratórias e cardiovasculares –, decorrente da queima incompleta de combustíveis fósseis, processo comum em automóveis.
A simulação utilizou dados fornecidos pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e pelo Programa de Aprimoramento das Informações de Mortalidade no Município de São Paulo (PRO-AIM), isto é, uma metodologia que dá credibilidade às informações publicadas pela Unifesp.
Recentemente, o governador Geraldo Alckmin afirmou que os trilhos locomovem aproximadamente 80 mil passageiros por hora na cidade. Em 2012, a Companhia do Metropolitano de São Paulo reportou uma média de 3,7 milhões de usuários nos dias úteis, ou seja, este serviço é essencial para o centro urbano que possui 11 milhões de habitantes.
Se o metrô não existisse seriam necessários mais transportes do que os atuais 7,5 milhões de automotores, contabilizados pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran), trafegando pelas ruas e avenidas da capital. Portanto, além de aumentar os índices de congestionamento nas vias públicas, o acréscimo na quantidade de carros iria expor a população a volumes altos de toxinas na atmosfera.
Atualmente, os veículos são responsáveis pela emissão de 90% da poluição da capital. Em 2011, devido à degradação da natureza, foram internadas 68.499 pessoas nos hospitais do estado e, no mesmo ano, ocorreram 4.655 mortes prematuras por este motivo apenas na capital. A ampliação da malha metroviária reduziria o número de automóveis em circulação, resultando na diminuição das emissões de poluentes.
Traçando um comparativo com Nova York (EUA), por exemplo, que possui 1.213 km² de área e 368 km de malha ferroviária espalhados por 468 estações, São Paulo, em seus 1.521 km², apresenta uma situação defasada, com a extensão de 74 km em linhas de metrô e apenas 67 opções de embarque e desembarque aos passageiros.
Com o investimento em transporte sobre trilhos o número de pessoas afetadas por doenças ligadas a poluição irá diminuir e a mobilidade entre as diversas regiões da capital paulista será facilitada.