Barato e de aplicação universal, o plástico é um dos materiais que causam mais problemas em termos de poluição ao meio ambiente. Uma sacola plástica, por exemplo, demora 20 anos para se decompor, pouco tempo se formos comparar com os 450 anos de uma garrafa pet. Apesar disso, 225 milhões de toneladas deste produto originado do petróleo são confeccionados todos os anos.
Quando lançado nos oceanos, o plástico o polui flutuando sobre a água e, muitas vezes, forma “ilhas” de lixo. Estima-se que atualmente haja 150 milhões de toneladas do material espelhados no mar, 100 mil toneladas só na mancha de lixo no Pacífico Norte. Em termos gerais, o plástico é responsável por 70% de toda a poluição dos oceanos.
É aí que entram os programas com o objetivo de retirar estes resíduos, no intuito de limpar o que antes foi poluído. Há o projeto One Earth – One Ocean, de Munique, cuja ideia é recolher o lixo em um barco customizado; o The Clean Oceans Project, que busca educar a população; e o Mr. Trash Wheel, que consiste em uma roda de moinho que perambula pelo porto de Baltimore. Porém, a novidade nessa área é o Ocean Cleanup, idealizado pelo garoto prodígio Boyan Slat, de apenas 20 anos. Em uma campanha de crowdfunding, o holandês conseguiu arrecadar dois milhões de dólares para desenvolver o seu projeto.
A ideia veio durante um mergulho na Grécia, Slat tinha, na época, 17 anos. Atualmente, ele lidera um time de 100 cientistas, estudantes e apoiadores, do qual o próximo objetivo é construir protótipos melhorados de coletores flutuantes de 100 km de comprimento, antes de ancorar o sistema em águas poluídas nos próximos anos.
Diferentemente dos outros projetos, a ideia de Slat é deixar as correntes marinhas fazerem o trabalho pesado, carregando todo o lixo para estruturas de formato em “V”, onde o plástico será coletado e retirado. A barreira de 100 km ancorada seria a maior estrutura já construída nos oceanos.
Porém, como todas as ideias inovadoras, o projeto do prodígio holandês vem sofrendo algumas críticas. Stiv Wilson, do projeto 5Gyres, referiu-se ao esforço de Slat como uma falha e nada mais que uma ilusão. Assim como um recente artigo de cientistas alemães que alertaram que o Ocean Cleanup causaria mais males que benefícios.
Não há garantias que o projeto de Boyan Slat irá resolver o problema da poluição dos oceanos, porém, mesmo que ele seja bem sucedido, o trabalho não para por aí. Tirar o plástico da água é só uma parte da solução, o objetivo final é acabar com o fluxo de lixo da sociedade em direção aos oceanos.