Maior quantidade de transporte público pelas ruas e um planejamento de rota de ônibus que facilite a vida de milhares de brasileiros ainda está longe de acontecer. Segundo Aguinaldo Ribeiro, do Ministério de Cidades e Miriam Belchior, do Ministério de Planejamento, o investimento de R$ 50 bilhões os quais foram anunciados para a mobilidade urbana não serão aplicados no momento devido a ineficiência de projetos engenharia.
O anúncio da liberação deste recurso, realizado pela presidente Dilma Roussef, foi em resposta à onda de protestos que reivindicou melhorias no transporte público das cidades brasileiras, em junho. Entretanto, no pronunciamento do último dia 17 de outubro sobre o balanço quadrimestral do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), os ministros responsáveis por receber as demandas estaduais e municipais de projetos de linha de metrô e linha exclusiva de trânsito rápido disseram que não há previsão de quando e como esses investimentos serão feitos.
Miriam Belchior listou critérios do governo para classificar os pedidos e posteriormente viabilizar a verba. Dentre as prioridades estão empreendimentos como metrôs e BRT (corredores de ônibus), que atendam áreas com população de baixa renda e que tenham integração com outros tipos de transportes. Porém, a ministra ainda alertou que o orçamento dos pedidos aos quais recebeu não se enquadram na verba disposta pela União, como é o caso de um deles o qual custa R$ 84 bilhões, maior do que o proposto.
Verba aprovada apenas em Curitiba
Apesar de ter vetado a verba em caráter nacional, a presidente aprovou a disponibilização da verba de R$ 5,3 bilhões para a mobilidade urbana em Curitiba. Do valor anunciado, R$ 1,4 bilhão será repassado por meio de um financiamento de 30 anos, com cinco anos de carência e juros subsidiados.
A verba para a construção do metrô de Curitiba é de R$ 4,5 bilhões, sendo R$ 1,8 bilhão injetado diretamente do Orçamento da União. No caso das vias BRT (Bus Rapid Transit), o investimento será de R$ 727 milhões para expansão de 32 km da linha já existente, nos sentidos Norte e Sul.
Dilma lembrou que antes das manifestações de junho, o governo já destinava R$ 90 bilhões para mobilidade urbana. Depois, foram anunciados mais R$ 50 bilhões para o setor com o Pacto da Mobilidade. Este investimento anunciado faz parte desse acordo e as obras serão viabilizadas por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).