A geração de resíduos hoje é um problema não só ambiental como também social. O crescimento desordenado na aquisição de novos bens de consumo e os desperdícios, tanto no setor doméstico, quanto no setor industrial, resultam na geração de toneladas de resíduos todos os dias, sendo que no Brasil, mais da metade dos materiais coletados não têm a destinação adequada, sendo depositados em lixões, terrenos baldios e até mesmo em corpos d’água (rios, mar, lagos, etc.).
É primordial que haja a redução na geração dos resíduos sólidos, pois os ambientes para o seu descarte, como no caso dos aterros sanitários, estão ficando saturados e as estimativas levam a crer que não comportarão as enormes quantidades de resíduos produzidas.
Outra importante ferramenta na gestão de resíduos sólidos é a reutilização destes materiais através da reciclagem ou aproveitamento energético. Neste contexto, a coleta seletiva que nem sempre é realizada ou tem investimento do setor público, acaba sendo organizada pelo setor privado, dentro de algumas empresas e condomínios ou por uma parcela da população.
A importância dos catadores
É nesta falha que entram em cena os catadores de materiais recicláveis, que saem todos os dias às ruas das cidades, passando por lixões e aterros em busca de resíduos de papel, plástico, metal e vidro que não têm mais serventia para a população.
Na cadeia da reciclagem estão os catadores, sucateiros de pequeno porte, sucateiros de grande porte e indústrias. Na busca por melhores resultados neste segmento, os catadores, que em sua grande maioria são autônomos, formam as cooperativas distribuídas como pontos de triagem, intermediação e facilitação para a comercialização dos materiais recicláveis.
Numa pequena planta de triagem de resíduos sólidos, a ferramenta principal é o ser humano, que ao manipular manualmente o que muita gente considera lixo, consegue ver os resíduos de forma 100% reaproveitável.
Alguns equipamentos e máquinas como trituradores, prensas e esteiras, tornam o processo mais rápido, simples e seguro, além de possibilitar o melhor aproveitamento do espaço e otimizar os custos com transporte na comercialização.
A classe de catadores de material reciclável representa, além da responsabilidade ambiental, a responsabilidade social que merece cada vez mais ser reconhecida. O dinheiro arrecadado nas cooperativas é distribuído entre os catadores, gerando trabalho e renda para uma parcela da população excluída, como ex-usuários de drogas e moradores de rua, que encontram no lixo uma nova oportunidade de reconstruir suas vidas, porém de uma forma mais organizada e menos hostil.
Por isso, o incentivo às cooperativas é de suma importância para que a responsabilidade social cresça e prevaleça. Esses incentivos estão pautados na Política Nacional dos Resíduos Sólidos, mas para ser efetuado o cumprimento da lei, a separação do lixo por parte do poder público, das empresas fabricantes, comerciantes e da população depois do consumo é um fator primordial.
Com atitudes simples e importantes como estas será possível alcançar a responsabilidade social e ambiental de comum interesse: para um mundo melhor e mais sustentável para todos!