Enchentes e inundações têm se tornado cada vez mais frequentes. Consideradas, entre as catástrofes ambientais, as que mais causam danos à saúde das pessoas e ao patrimônio, as enchentes estão ligadas a fatores como a ocupação inadequada das cidades, impermeabilização das áreas urbanas, assoreamento do leito de rios e à poluição.
Um estudo publicado no periódico Nature Climate Change revelou que as mudanças climáticas também têm intensificado a ocorrência destes eventos e apontou que, no Brasil, o principal efeito do aumento da temperatura será o crescimento do risco de enchentes até o final do século.
Apesar da influência do aquecimento global na intensificação de eventos extremos, o despejo e acúmulo de lixo em áreas impróprias têm sido os principais responsáveis pelas inundações em áreas urbanas. Os materiais despejados em vias públicas são arrastados pela força das águas da chuva, causando o entupimento de bueiros e galerias, impedindo o escoamento da água.
Além de contribuir diretamente com as enchentes, o lixo descartado nas ruas também potencializa os impactos deste problema à população. Os resíduos contaminam a água e servem de abrigo e alimento para animais e insetos que são vetores de doenças, como a peste bubônica, leptospirose, cólera, febre amarela, dengue, entre outras. São, desta forma, responsáveis pelo aumento da incidência de doenças infecto-contagiosas, registrado após a ocorrência de enchentes.
Apesar da contribuição de outros fatores, como sistemas de drenagem deficientes, boa parte dos alagamentos seriam evitados se não houvesse o descarte irregular de lixo nas ruas. Para evitar as complicações acarretadas pelo descarte irregular dos resíduos, prefeituras de diversas cidades investem em projetos de conscientização. No Rio de Janeiro, entrou em vigor no começo deste mês a aplicação de multas para quem joga lixo na rua.