Diariamente, toneladas de comidas são jogadas fora em todo o mundo. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, cerca de um terço de todos os alimentos produzidos no mundo, avaliados em um trilhão de dólares, é mal gasto a cada ano.
É comum que em restaurantes, feiras e supermercados algumas embalagens com produtos alimentícios sejam descartadas por estarem danificadas ou perto da data de vencimento. Já em residências, as pessoas consomem mais do que precisam e acabam desperdiçando alimentos em ótimas condições de uso.
Foi neste contexto que surgiu o dumpster diving. Cada vez mais conhecido e com mais adeptos, o movimento é composto por “mergulhadores de lixeiras”, que buscam restos de comidas – como pão, chocolate, verduras – e compartilham os achados, gratuitamente, para saciar a fome das pessoas.
O movimento nasceu em Nova Iorque, mas se tornou popular na Europa graças aos alemães Benjamin Schmitt e Helena Jachmann, dois jovens motivados pela indignação ante o desperdício de toneladas de comida. Para facilitar e otimizar o compartilhamento de comida, a dupla conta com um site, que em 2013, após seis meses no ar, já contava com aproximadamente 8.200 usuários cadastrados.
A prática de mergulho no lixo, que também é conhecida como bin-diving, containering, D-Mart, dumpstering, tatting, skipping ou recycled food, enfrenta muitos problemas, já que existem inúmeros argumentos que vão contra o movimento.
Movimento contra
Isso porque, os praticantes estão expostos a riscos para a saúde. Além disso, alguns países têm legislações rigorosas, que preveem penas e multas para quem revira o lixo alheio e se apossa de itens que pertenciam a outra pessoa.
Outro ponto defendido por especialistas na área de saúde e alimentícia, é de que muitos varejistas deveriam vender o estoque que vai para o lixo a preços reduzidos. Os mesmos, no entanto, afirmam que o risco é maior para eles, já que as pessoas que comparem o produto podem estar expostas a riscos de saúde.