O lodo nada mais é que uma mistura de substâncias que possuem minerais, colóides e material orgânico decomposto, gerada durante o tratamento de águas residuárias nas Estações de Esgoto e muito valiosa por sua quantidade de materiais orgânicos.
Pensando em utilizar esse lodo de uma forma útil e reduzir os problemas ambientes, a Companhia Básica do Estado de São Paulo (Sabesp) lançou um edital para o desenvolvimento de um sistema que transformará o lodo acumulado em energia, através do biogás.
Esse projeto tem o intuito de gerar uma energia mais limpa, em forma de resposta à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Para a Sabesp, mesmo o lodo representando uma média de 2% do volume total do esgoto tratado e estar cada vez mais distante dos grandes centros, faz com que as empresas repensem em algumas soluções para reciclagem desse tipo de substância.
Esse sistema visa aproveitar o que há de melhor no lodo, para assim, diminuir os custos e os impactos ambientais.
Por enquanto, o projeto vai ser construído apenas na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Barueri, por meio de um contrato de concessão de 30 anos, onde serão ministradas 500 toneladas de lodo por dia. Essa estação trata mais de 20 milhões de litros de esgoto por mês de 4,4 milhões de pessoas da região, incluindo uma parte da capital.
A Sabesp vai entrar com o lodo e o biogás gerados na ETE e a empresa escolhida vai entrar com a tecnologia para gerar energia limpa térmica e elétrica. Por meio da biodigestão o material será convertido em lodo seco, conservando os digestores da companhia juntamente com o aproveitamento do biogás excessivo para produção de energia elétrica.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Paulo Massato, diretor metropolitano da estatal, ressaltou que os aterros sanitários estão se esgotando, por isso foi necessário buscar a melhor tecnologia disponível no mundo para usar o lodo e o biogás para gerar energia.
Segundo a Sabesp os resíduos acumulados durante o processo serão de total responsabilidade da empresa que vencer o edital, prevendo que nos primeiros cinco anos de concessão deverão ser gerados 5 megawatts de energia e 10 megawatts no sexto ano. Essa quantidade de energia é suficiente para abastecer de 60% a 75% o consumo de energia.