O McDonald’s anunciou recentemente o compromisso de tornar os brinquedos do McLanche Feliz mais sustentáveis até 2025. No lugar do plástico, as crianças passarão a receber brinquedos feitos de materiais renováveis, reciclados e certificados.
Por exemplo, alguns brinquedos, como peças de jogos de tabuleiro, serão feitos com material derivado de plantas ou reciclado. Outros terão mudanças mais significativas em sua aparência. Super-heróis e personagens de filmes serão recortes em 3-D, em vez de figuras de plástico.
Globalmente, desde 2018, a empresa já reduziu 30% da produção de brinquedos que utilizam plástico à base de combustíveis fósseis. Ao alcançar a meta estipulada para 2025, é esperada uma diminuição de 90%.
“Nossa próxima geração de clientes se preocupa profundamente com a proteção do planeta e com o que podemos fazer para tornar nosso negócio mais sustentável. Estamos sempre explorando onde podemos gerar maior impacto, incluindo a transformação de ícones amados como o McLanche Feliz”, disse Jenny McColloch, diretora de sustentabilidade do McDonald’s.
Vale destacar que, além de rever a composição dos brinquedos, o McDonald’s também tem realizado a reciclagem de brinquedos antigos em novas bandejas de restaurante e planeja a substituição de embalagens plásticas por embalagens de fibra vegetal com certificação premium.
“Como você pode imaginar, toda a nossa cadeia de suprimentos precisa mudar com isso”, afirmou Amy Murray, vice-presidente global de marketing em entrevista à CNBC.
As mudanças estão sendo testadas gradualmente em diferentes operações da rede de restaurantes para então serem aplicadas em todas as regiões nas quais a rede está presente, incluindo o Brasil.
Especialistas cobram mais
Em entrevista ao Insider, Sharon Seah, pesquisadora de mudanças climáticas do Centro de Estudos ASEAN em Singapura, disse que apesar da redução da utilização de plástico ser uma ação “encorajadora”, ela apenas “arranha a superfície do problema”, pois o ciclo de vida dos brinquedos é pouco administrado. Outro ponto é que o papel, um dos materiais escolhidos como substituto, necessita de celulose para produção, que ainda é um recurso que precisa ser extraído do meio ambiente.
“Considerando que o McDonald ‘s é uma das maiores marcas de franquias do mundo, muito mais pode ser feito em termos de outras operações, como reduzir sua pegada de carbono ao distribuir produtos pelas cadeias de suprimentos”, disse Seah. A ambientalista acrescentou que o McDonald’s poderia oferecer mais opções veganas ou oferecer carne à base de plantas em suas refeições para compensar o consumo de carne bovina.
Estima-se que a rede venda mais de um bilhão de libras de carne bovina nos Estados Unidos a cada ano. A própria empresa citou a produção de carne bovina como uma das principais fontes de suas emissões de gases de efeito estufa, além de ter admitido que a pegada de carbono de sua produção de carne bovina no Reino Unido poderia ser reduzida.
Como afirmado pela ambientalista Stephanie Feldstein, diretora de população e sustentabilidade da ONG dos Estados Unidos Center for Biological Diversity, no Twitter: “O McDonald ‘s serve bilhões de hambúrgueres por ano, com enormes consequências para o nosso clima. Se a empresa realmente quer criar uma mudança sustentável, não pode parar nos brinquedos sem plástico. Precisa revisar seu cardápio e reduzir a quantidade de carne bovina que serve também”.
Redução na utilização do plástico é urgente
Apesar das cobranças realizadas por ambientalistas, é importante destacar que a iniciativa do McDonald’s é um passo importante. Um estudo da WWF apontou que menos de 10% de todo plástico produzido até hoje foi reciclado. Também é esperado que a produção de plástico mundial dobre até 2040, caso continue no ritmo atual.
É de se esperar que as ações adotadas pela rede de restaurantes sirva de exemplo para outras empresas no combate a crise global causada pela poluição pelo plástico. Considerando que uma vez distribuído no oceano é quase impossível recuperar o material, não há mais tempo a se perder.
Fontes: Corporate McDonald’s | Época Negócios | CNBC