O plástico é um dos principais poluentes do meio ambiente, sendo responsável por 30% das emissões de gases do efeito estufa do planeta. Produzidos com derivados de petróleo, esse material leva mais de 450 anos para se decompor, por isso é imprescindível tomar bastante cuidado na hora de descartá-lo.
Tentando diminuir os danos causados pelo plástico, pesquisadores da USP de Ribeirão Preto estão desenvolvendo um plástico 100% biodegradável, utilizando resíduos de descarte agroindustriais como cúrcuma, babaçu e urucum.
A pesquisa que está avançando cada dia mais, teve resultados bastantes satisfatórios durante os testes realizados no laboratório do Departamento de Química da Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, pela química Bianca Chieregato Maniglia e alguns estudantes.
Produto apresenta diferentes benefícios
O filme plástico traz grandes vantagens para o meio ambiente, uma vez que ele recicla resíduos, é biodegradável, é produzido com fontes renováveis que não se esgotam e podem ser cultivadas em qualquer lugar do mundo. Em notícia publicada no jornal da USP, Bianca lembra que o produto ainda possui matéria-prima acessível e contém composição interessante com a presença antioxidantes, ideias para o desenvolvimento de embalagens ativas que tornam o acondicionamento de frutas e verduras muito melhor e seguro.
Outros produtos complementares agroindustriais estão sendo testados, com o objetivo de melhorar do filme plástico.
Entretanto, a química acha que vai demorar um pouco para ele chegar no mercado alimentício. E ressaltou durante entrevista ao site Conexão Planeta: “Apesar dos resultados que obtivemos serem bastante satisfatórios, os filmes apresentam alta biodegradabilidade, portanto se degradam ainda muito rápido para serem aplicados no mercado. Outro fato que devemos trabalhar também é a alta capacidade destes plásticos de absorverem umidade, criando um ambiente favorável para a maior proliferação de micro-organismos, prejudicando a conservação dos alimentos”.
Hoje no mercado existem outros plásticos biodegradáveis, feitos com aditivos como milho, mandioca, beterraba e cana-de-açúcar, só que, infelizmente, essas fontes produzem durante o seu processo um composto chamado de ácido láctico, que sintetiza o polímero, tornando o material mais difícil de se biodegradar. Eles também são mais caros, muitas vezes não possuem a eficiência necessária e exigem custos adicionais para não poluírem o meio ambiente.
O plástico verde tem sido outra alternativa muito utilizada pelas empresas, porém o que poucas pessoas sabem é que esse material dispõe durante a sua produção de uma substância igual a encontrada no petróleo, tornando o seu tempo de decomposição igual à do plástico comum.
Agora é torcer para que as pesquisas tenham progresso e o produto chegue logo ao mercado brasileiros, para ajudar no desenvolvimento de um mundo melhor e mais sustentável.