iStockphoto.com / alffoto Meta é encontrar ideias que facilitem a mobilidade urbana.

Toda grande cidade mundial enfrenta problemas com mobilidade urbana, umas mais que as outras, mas é uma realidade presente tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. Aqui no Brasil, quando falamos em mobilidade urbana problemática, sempre pensamos na maior cidade do país, São Paulo. A capital paulista é um ótimo exemplo de como o crescimento urbano mal planejado pode afetar o ritmo da cidade e causar congestionamentos nas principais vias que cortam a cidade.

Para tentar mudar este cenário caótico que faz parte da rotina do paulistano, a Prefeitura de São Paulo lançará no começo de outubro um edital de chamamento público que tem como objetivo selecionar e financiar projetos novos de comunicação e tecnologia da informação em prol da mobilidade urbana. A novidade foi anunciada no Centro Cultural São Paulo (CCSP) para jovens programadores e líderes de startups, durante o “Mobicidade e Governo Aberto”, um dos eventos que integraram a Semana da Mobilidade de 2015.

Segundo a proposta do edital, os projetos poderão ser classificados como aplicativos, softwares ou outras ferramentas digitais que ofereçam melhorias na mobilidade urbana de São Paulo, no que tange a contagem de ciclovias e planejamento do trânsito, desenvolvimento de sistemas de monitoramento sobre o transporte privado e público, operação de semáforos entre outros.

Importante ressaltar que as inciativas podem ser apresentadas como aplicativos para reclamações dos cidadãos a sistemas de atendimento a pessoas com deficiência. Confira a descrição dos projetos aqui.

“Esses aplicativos, ferramentas ou dispositivos são essenciais para que a gente, além de ter as informações, também possa tomar decisões e tenha controle do sistema. Isso é ainda melhor se for feito com um preço mais adequado, que é o que queremos com esse edital”, afirmou Jilmar Tatto, secretário municipal de Transportes de São Paulo.

Mobilidade urbana: inovação é a palavra de ordem

iStockphoto.com / Issaurinko Novidade foi anunciada durante a Semana da Mobilidade 2015.

“A gente observa o setor privado inovando, apresentando novos produtos, serviços mais rápidos e com mais qualidade. Entregando mais por menos. Enquanto isso, o setor público não vem inovando. As maneiras tradicionais que o setor público vem contratando tecnologia não garantem a inovação e, além disso, não garantem a participação popular e a transparência”, complementou Ciro Biderman, chefe de gabinete da São Paulo Transportes (SPTrans).

A expectativa da Prefeitura de São Paulo é que todos os projetos sejam apresentados exclusivamente por microempreendedores individuais, assim como por micro, pequenas ou médias empresas, todos estes negócios classificados dentro de categorias de financiamento que variam de R$ 50 mil a R$ 200 mil.

O prazo de desenvolvimento é de seis a 24 meses e o desenvolvimento deve ser através do sistema open-source (código aberto), sendo todas as criações desenvolvidas a partir do MobiLab, Laboratório de Mobilidade da Secretaria Municipal de Transportes (SMT).

“Essas startups têm uma molecada de boas ideias, que fazem com três ou quatro pessoas, montam uma empresa e, em dois ou três meses, o projeto está pronto. É isso que queremos trazer para o setor público e mudar a forma como se contrata tecnologia, para que ela traga inovação efetivamente”, disse o coordenador do MobilLab, Biderman.

Sobre o MobiLab

Lançado no ano passado, o Laboratório de Tecnologia e Protocolos Abertos para Mobilidade Urbana tem como objetivo impulsionar novos aplicativos, dispositivos e sistemas para radares, semáforos, GPSs e outros aparelhos que buscam modernizar e melhorar o atual modelo presente no trânsito.

Dentro do MobiLab são formados grupos de pesquisas com focos diversificados dentro das necessidades de mobilidade urbana de São Paulo, sendo os pesquisadores vindos do ensino médio através de bolsas de pesquisa e ainda especialistas em TI (Tecnologia da Informação). A bolsa é bancada pela Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo (FUSP) e pode variar de R$ 351,90 a R$ 5.908,80 dependendo do currículo, experiência e horas semanais de trabalho.

iStockphoto.com / monkeybusinessimages Projetos podem ser enviados por microempreendedores individuais, micro, pequenas ou médias empresas.

Dentre os projetos em desenvolvimento e outros em ação, a primeira atividade de conhecimento público foi a Hackatona, em março de 2015, que contou com a participação da CET. O vencedor da competição que reuniu 51 hackers e apresentou 15 projetos foi o aplicativo “Como estou dirigindo?”, que avalia os motoristas da cidade a partir da inclusão da placa e modelo do veículo no próprio aplicativo, sendo possível realizar críticas ou fazer elogios através de #hashtags. A equipe Mil Diálogos, responsável pelo projeto, recebeu R$ 10 mil como premiação.

Gabinete Aberto

Outra atividade que fez parte da Semana de Mobilidade de 2015, o Gabinete Aberto discute a participação dos moradores da cidade em vários canais de comunicação. Neste ano, a atividade contou com a participação do secretário Jilmar Tatto, que reafirmou o compromisso da Prefeitura em seguir buscando novas formas para melhorar o trânsito da cidade. O secretário apresentou um balanço da atual gestão (desde 2013) e divulgou projetos para criação de mais 400 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus, 300 quilômetros de ciclovias e também implementação de novas 32 vias dentro do programa Rua Aberta, onde aos domingos e feriados algumas ruas são fechadas para veículos.