Preocupados com a preservação das espécies de animais, a ONG Projeto Gaiola Aberta, localizada em Cerquilho, interior de São Paulo, trabalha para garantir o bem-estar de aves e outros animais que foram vítimas de maus tratos e retiradas de seu habitat natural de forma ilegal.
O projeto criado, em 2003, pelo diretor e estudante de biologia Antônio Miranda Fernandes conta com algumas parcerias para continuar em atuação, ajudando estes animais, mas ainda não tem nenhuma ajuda financeira. Ele conta que o começo do projeto passou por dificuldades, “Foi difícil convencer a população de Cerquilho sobre a importância de se manter animais silvestres livres, pois é comum criar aves canoras em cativeiro”.
Quando a ONG começou, eles recebiam e tratavam apenas de aves mutiladas, mas a urgência era tanta que passaram a cuidar de mamíferos e répteis também. Atualmente, o projeto abriga 150 espécies de araras, maritacas e papagaios que vivem na sede. As aves canoras, que têm habilidade para cantar e são de pequeno porte, estão no topo da lista dos animais capturados pela Polícia Ambiental e entregues para o projeto, explica Miranda.
Como toda organização não governamental, o Projeto Gaiola Aberta também necessita de parcerias e doações, além da ajuda de voluntários. Atualmente, segundo explica Miranda, a ONG precisa de alimentação para os animais; ajuda de transporte para grandes distâncias; da ajuda de empresas para patrocinar as gaiolas de treinamento e soltura das aves; além de voluntários para cuidar da manutenção e dos animais.
Precisamos recuperar o que nossa geração destruiu. Nossos filhos não podem pagar por nossos erros!”, Antônio Miranda Fernandes, fundador do Projeto Gaiola Aberta.
Recentemente o projeto ganhou 100 telhas de fibra vegetal e kits de fixação para cobertura de viveiros de uma empresa francesa especializada em materiais sustentáveis, mas como o Gaiola Aberta não conta com uma parceria financeira fixa, o projeto continua ajudando a preservar o meio ambiente com os poucos recursos que possui.
Outras espécies de aves da região como o curió, patativa, chorão e picharros integram o número de pássaros que a ONG ajuda a manter. Aproximadamente 2 mil aves, 15 mamíferos e 8 répteis foram devolvidos à natureza, e um casal de araras azuis também será recolocada em seu habitat natural até o final do ano no Mato Grosso do Sul. Além de cuidar dos animais, o Projeto faz reflorestamento, recuperação de nascentes e palestras educativas sobre natureza como parte dos objetivos socioambientais da organização.