Sob o slogan “Vassoura de garrafa PET que limpa a sua casa e ajuda a limpar o planeta”, o projeto Limpet, núcleo Tonato, em Carapicuíba, é responsável pela fabricação de utensílios domésticos a partir da reciclagem de recipientes plásticos, gerando benefícios ao meio ambiente e renda às famílias carentes da região metropolitana de São Paulo. No entanto, para que as atividades continuem em pleno funcionamento, a iniciativa busca recursos através da plataforma de financiamento compartilhado Causa Coletiva, visando obter uma infraestrutura melhor.
Inicialmente, a Fundação Alphaville forneceu um curso sobre noções de reciclagem e de capacitação para que os colaboradores do Limpet pudessem utilizar as máquinas e, após o período de aprendizado, cedeu os equipamentos necessários para a realização das tarefas. Além de promover a conservação da natureza e a reutilização de materiais, o objetivo do programa é possibilitar a inclusão social, devido ao desemprego que afeta as comunidades mais próximas, principalmente mulheres de meia-idade e sem qualificação profissional.
Construído a partir de uma história de trabalho e superação, o projeto sediado no Jardim Tonato destina corretamente cerca de 600 mil garrafas PET por ano, utilizando 90% do montante para fazer vassouras, enquanto as sobras (gargalos e fundos dos invólucros) são enviadas para recicladoras. Com o financiamento, a iniciativa estima aumentar sua capacidade de produção em 60%, o que poderá gerar mais empregos e ampliar a renda dos funcionários.
Chegando através de doações, as garrafas plásticas são convertidas em quatro modelos de vassouras, são eles: original (piaçava prensada), casa, gari e “Limpetinha” (para vaso sanitário). Para isso, os processos para a fabricação dos artigos envolvem a coleta de material, triagem e seleção, higienização e corte dos fios, armazenamento em uma grade, choque térmico (ida ao forno e tanque de água), estruturação e montagem das vassouras. Outro ponto importante é que estes itens apresentam durabilidade dez vezes maior do que os utensílios convencionais e o Selo Verde Ecolmeia de nível Ouro, para “ações integradas na Rede”.
Entretanto, apesar da qualidade e importância socioambiental, as instalações responsáveis pelo desenvolvimento dos objetos precisam de uma área de depósito maior, assim como adquirir maquinários suficientes para elevar a comercialização das peças e tornar as vendas rentáveis. “Parte do financiamento será para construir o “puxadinho”, para evitar que os materiais fiquem expostos ou estocados na rua”, explica Leandro dos Santos, da Causa Coletiva.
“Há valores humanos embutidos nesse produto, como cooperação, solidariedade e crescimento pessoal”, acrescenta Silvânia Ramos, coordenadora do projeto Limpet Valongo, de Santos (SP), criado em 2004. Sendo assim, com doações a partir de R$ 10, qualquer pessoa pode ajudar o trabalho conduzido por Domingas Nascimento Santos, Doralice Miranda da Silva, Luzia Pereira da Mota de Souza e Maria Celina da Conceição Souza, as quatro mulheres de coragem.