Durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), realizada em julho no Rio de Janeiro, foram derrubadas 334 árvores no terreno da Paróquia de São Sebastião de Itaipu, em Niterói, para abrir caminho a cerca de 800 peregrinos. Tal ação foi denunciada ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e classificada como “lamentável” pelo vice-prefeito da cidade, Axel Grael. No entanto, máquinas de realocação de árvores, desenvolvidas nos EUA e Reino Unido, poderiam ajudar a evitar o desmatamento desnecessário.
Recentemente, as obras da arena Palmeiras, na Água Funda, zona oeste de São Paulo, também foram motivo de manifestação pública, pois, a Prefeitura havia autorizado a retirada de 30 tipuanas – nome da espécie de árvore – da Avenida Francisco Matarazzo, via próxima ao campo desportivo, objetivando mitigar os danos causados pelas atividades do estádio ao trânsito da vizinhança, porém, a medida foi vetada pelos moradores do bairro. Portanto, para impedir a perda de um espécime devido à construção ou expansão de uma estrada, a utilização desses maquinários seria útil no Brasil.
Basicamente, tanto os modelos estadunidenses, produzidos pela companhia Big John, quanto as criações da empresa britânica Nature First, são estruturas que funcionam de maneira semelhante a cavadeiras articuladas (ferramentas de jardinagem que possuem duas pás) instaladas sobre veículos pesados, como escavadeiras e caminhões adaptados, visando fornecer equipamentos resistentes ao carregamento das árvores.
Quanto à capacidade do engenho, as máquinas podem transportar troncos de 20 cm a 150 cm de circunferência, demandando apenas o aumento das pás (que vão de 85 cm a 3 metros de diâmetro) para executar o carregamento de plantas com até 12 toneladas. Para que a realocação seja conduzida é necessário fazer a limpeza das áreas próximas das árvores, posicionar a ferramenta em volta do tronco, baixar as pás até que se afundem no solo e envolvam as raízes da planta e pronto. A árvore já pode ser alavancada e replantada.
O método inovador pode causar estranhamento, porém, de acordo com a Nature First, o sistema apresenta sucesso em 95% dos transplantes, ou seja, o eficiente projeto auxilia a equilibrar a expansão urbana e a conservação da natureza, promovendo, portanto, o desenvolvimento sustentável. Assim sendo, é indicado que mais países invistam na implantação de máquinas de realocação de plantas de grande porte.
Confira no vídeo abaixo como é feito o transplante de árvores com a ajuda da máquina: