Pesquisadores de todo o mundo, preocupados com os perigos que os transgênicos podem levar para a sociedade, lançaram uma carta aberta exigindo a proibição de qualquer tipo de cultivo desses alimentos por, pelo menos, cinco anos – período para que eles façam novos estudos.
No documento, que conta com 29 pontos, eles denunciam os problemas sociais, econômicos e de saúde relacionados ao consumo e ao cultivo de organismos geneticamente modificados.
A carta defende que as patentes dos organismos vivos, dos processos, das sementes, das linhas de células e genes devem ser revogadas e proibidas, e exige uma pesquisa pública sobre o futuro da agricultura e a segurança alimentar para todos.
Os pesquisadores acreditam que os produtos transgênicos não oferecem benefícios aos consumidores e ameaçam a segurança alimentar e violam os direitos humanos básicos.
Além disso, o texto também defende o incentivo a pesquisa e aponta que o cultivo dos transgênicos intensifica o monopólio corporativo, aumentando as desigualdades, ameaçando a agricultura familiar e impedindo a mudança para uma agricultura sustentável.
Dentre as consequências para a biodiversidade e para a saúde, a carta defende que há o perigo da difusão de genes e mudanças nos mesmos, tornando eminente a presença de doenças infecciosas incuráveis, a criação de novos vírus e bactérias que causam doenças e mutações danosas que podem provocar o câncer.
Para confirmar as afirmações, diversos estudos já foram feitos e revelaram a relação entre o consumo desses alimentos e o aumento nos casos de câncer e problemas reprodutivos.
Transgênicos no Brasil
Atualmente, no Brasil, cerca de 36 espécies geneticamente modificadas de milho, feijão, soja e algodão estão liberadas para fins comerciais. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013, os transgênicos representaram cerca de 54,8% de toda a área cultivada no Brasil.