O pesquisador tailandês Sorawut Kittibanthorn fazia o seu mestrado em Londres quando viu nas penas de frangos descartadas pela indústria de alimentos, uma oportunidade de reaproveitar esse resíduo para desenvolver um alimento rico em proteínas. Ele calcula que só na Europa, cerca de 2,3 milhões de toneladas de penas são descartadas a cada ano.
Agora, de volta à Tailândia, Kittibanthorn está em busca de financiamento para desenvolver o seu projeto.
Sorawut, que fez mestrado em MA Material Futures, disse que a ideia ainda precisa de mais pesquisa e desenvolvimento, contudo, ele já desenvolveu alguns alimentos, como a sua versão de nuggets de frango e um substituto para o bife, que receberam críticas positivas.
Sornwut afirmou para veículos de comunicação da Inglaterra que as penas de frango são ricas em proteínas que podem ser aproveitadas para criar alimentos acessíveis para outros países, numa ação que ajudará a reduzir o desperdício.
Quimicamente, as penas de frango são compostas por aproximadamente 91% de proteína (queratina), que contém até oito tipos de aminoácidos essenciais de que necessitamos como parte de uma dieta saudável. Está provado que a proteína da queratina das penas é segura para consumo geral em nossa dieta diária.
Hathairat Rimkeeree, professor de ciências alimentares da Kasetsart University (KU), na Tailândia, experimentou o prato criado por Sornwut e ficou agradavelmente surpreso com os resultados. “Eu acredito que o prato tem potencial para se tornar uma fonte alternativa de alimento no futuro”, disse ele a um veículo de comunicação local.
Alimentos substitutos para a carne, à base de plantas, vêm ganhando popularidade à medida que mais pessoas mudam as suas dietas para veganas ou vegetarianas, seja pelo cuidado com a saúde, pelo bem-estar animal ou pelos impactos ambientais, causados pela criação intensiva de animais para o abate.
Embora os alimentos à base de penas de frango não possam ser classificados como veganos ou vegetarianos, Sorawut acredita que eles podem ser considerados “alimentos éticos” por contribuir para reaproveitar tudo que vem do animal, inclusive as penas.