Quando uma pessoa infectada toca uma superfície, como a maçaneta de uma porta, o vírus pode sobreviver neste local por até nove dias, dizem os especialistas.
Um estudo realizado no início do mês revelou que o coronavírus pode sobreviver em superfícies duras como plástico e aço inoxidável por até 72 horas e em papelão por até 24 horas.
Já um outro estudo, publicado no início de fevereiro pelo “Journal of Hospital Infection” diz que o coronavírus pode ficar ativo por mais tempo, chegando a nove dias, em superfícies como metal, vidro ou plástico.
“Os coronavírus humanos podem permanecer infecciosos quando em superfícies inanimadas por até 9 dias. A desinfeção de superfícies utilizando produtos com 0,1% de hipoclorito de sódio ou 62 e 71% de etanol reduz significativamente a infecciosidade por coronavírus no espaço de um minuto. Contamos com um efeito semelhante contra o SARS-CoV-2”, diz o resumo da publicação.
O estudo diz ainda que os coronavírus como o SARS (Síndrome respiratória aguda grave), o MERS (Síndrome respiratória do Oriente Médio) ou o coronavírus humano endémico (HCoV) resistem por este período à temperatura ambiente, sendo que a uma temperatura de 30ºC ou mais, o vírus vive menos tempo.
Lloyd-Smith explica que essas descobertas fazem uma boa estimativa para a capacidade de sobrevivência do vírus nessas superfícies. “Em um experimento de laboratório, as condições são cuidadosamente controladas e constantes”, diz ele. Fora do laboratório esse tempo pode oscilar, tendo em vista que condições como temperatura, umidade e luz, fragilizam a capacidade de sobrevivência do vírus.
Então, podemos considerar que se uma pessoa infectada tocar um local onde há a incidência solar, o vírus pode não durar por muito tempo.
E a comida? É possível se contaminar pelos alimentos?
De acordo com o especialista em doenças infecciosas do Hospital Brigham and Women’s, Daniel Kuritzkes, a comida não oferece tanto risco quanto às superfícies.
Isso ocorre porque a maioria das infecções do novo coronavírus começa com o sistema respiratório e não com o trato digestivo. Portanto, a infecção ocorre quando uma pessoa com a mão infectada pelo vírus toca os olhos, nariz e boca. “O mais preocupante seria utensílios e pratos e xícaras que poderiam ser manuseados por um grande número de pessoas em uma cafeteria, por exemplo”, diz Kuritzkes em entrevista ao site da NPR.
O bom de tudo isso é que não é necessário nenhum produto especial para matar o vírus. Bastam apenas água e sabão para eliminá-lo.