À medida que o nível de vida da população brasileira melhora, aumenta também as preocupações com o meio ambiente. Ninguém com um nível mínimo de salário e renda deseja viver numa região em que o ar é irrespirável, o esgoto é lançado nos córregos, os cursos d’água são poluídos (e transmitem doenças) e o lixo é lançado em “lixões” a céu aberto.

Isto ocorreu em países como a China, em que o progresso econômico nas últimas décadas foi tão rápido que a poluição das grandes cidades como Beijing se tornou inaceitável.

Poluição na China
Poluição na China. Foto: ap

No Brasil, e em particular em São Paulo, há muito tempo que todas as indústrias necessitam de licença ambiental para funcionar, o que garante um mínimo de qualidade. Foi por essa razão que a região de Cubatão – o “vale da morte” na década dos 80 – foi saneada, graças à ação da CETESB.

Os problemas que enfrentamos hoje não são tão graves como os de Cubatão, mas têm muito a ver com a disposição de resíduos dos produtos que consumimos e eles todos passam pelos estabelecimentos comerciais através do qual os produtos industriais chegam às mãos da população.

Daí a importância de desenvolver métodos novos e eficientes de reciclar resíduos que deixaram de ser “lixo” para ser uma fonte importante de produtos de valor. Reciclar papel e papelão, sacolas plásticas, pneus usados, latas de alumínio já é um grande negócio e agora o recolhimento de telefones celulares, pilhas e baterias e inúmeros outros produtos para recicla-los vai dar origem a novos negócios. Lança-los em “lixões” ou no rio Pinheiros ou Tietê não é mais uma opção.

Reciclar papel e papelão, sacolas plásticas, pneus usados, latas de alumínio já é um grande negócio e agora o recolhimento de telefones celulares, pilhas e baterias e inúmeros outros produtos para recicla-los vai dar origem a novos negócios.”

Além disso, de grande interesse do comércio, é a modernização e inovações que beneficiam o setor como a iluminação eficiente. Mais ainda, na própria área industrial são feitos desenvolvimentos novos que facilitam sua comercialização e que interessam, portanto ao comércio. Os avanços que a Tetrapak fez na preparação de embalagens de papelão para leite, substituindo garrafas de vidro vão nesta direção.

Mais recentemente aumentaram também as preocupações com o uso excessivo de energias obtidas a partir de combustíveis fósseis uma vez que elas dão origem a gases como o CO2 (dióxido de carbono), principal responsável pelo aquecimento da Terra e mudanças climáticas. Métodos de fabricação de produtos usando energias renováveis contribuem para reduzir as emissões e contribuem para a sustentabilidade do planeta.

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Doutor em Ciências Físicas pela USP. Já foi Presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (1979-1981); Presidente da Companhia Energética de São Paulo (1982-1985); Reitor da USP (1986-1990); Secretário de Ciência e Tecnologia; Secretário do Meio Ambiente da Presidência da República e Ministro de Estado da Educação do Governo Federal (1991 a 1993); Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (2002-2006). Também foi professor da Universidade de Paris (França) e Princeton (Estados Unidos). É autor de inúmeros trabalhos técnicos e livros sobre Física Nuclear, Energia e Meio Ambiente. Recebeu os prêmios “KPCB Prize for Greentech Policy Innovators” em 2007; “Blue Planet Prize”, da Asahi Glass Foundation (Japão) no mesmo ano; “Trieste Sicence Prize”, da Academia de Ciências do Terceiro Mundo (TWAS), em 2010; e o Prêmio Zayed de Energia do Futuro (Zayed Future Energy Prize), na categoria Life Achievement, em 2013.