Lixo eletrônico
Foto: lojapapasiri

O lixo eletrônico pode ter outro destino que não seja o descarte irregular em lixões. Produtos eletrônicos, como computadores, celulares, aparelhos de fax e televisores, que já estão obsoletos ou pararam de funcionar ganham outras utilidades nas mãos de artistas mundo a fora que fazem arte com lixo eletrônico.

Com o avanço da tecnologia, as pessoas estão ávidas para acompanhar essa mudança e são estimuladas a sempre comprar o último modelo de aparelhos eletrônicos. Assim, estima-se que no Brasil são geradas 380 mil toneladas de lixo eletrônico por ano, o que seria equivalente a 3,5 kg por pessoa.

Entretanto, alguns artistas dão outro destino a todo esse material. Os mais novos com certeza nunca viram um disquete. Com vida útil de aproximadamente cinco anos, o disco magnético funcionava para armazenar informações. Ultrapassado para os tempos atuais, o artista britânico Nick Gentry encontrou uma nova maneira de pintar, ao empregar os disquetes para criar imagens.

Aqui no país, iniciativas impulsionam a criação de artesanato com lixo eletrônico. As teclas daquele teclado antigo podem virar porta-retratos, bolsas, capa de agenda e porta-lápis. Se você colar imãs atrás dessas teclas, elas podem se transformar em prendedores para recados na porta da geladeira.

Já os componentes que vão dentro dos aparelhos eletrônicos, também se convertem em arte. Basta usar a criatividade e fazer aparadores de livros, relógios, chaveiros etc.

A artista plástica brasileira Naná Hayne aposta no reuso. Também chamado de upcycle, esse conceito visa usar um material que inicialmente foi criado para um fim e aplicá-lo em algo novo. Então, cabos, placas de circuito de computadores antigos, metais recuperados e outros materiais são transformados em esculturas, painéis e acessórios, as chamadas tecnojóias, pelas mãos da artista.

Duzzle
Sophia Loren, de Doug Powell. Foto: duzzleart

Já o americano Doug Powell trabalha somente com teclas de computadores velhos em sua arte e criou o que ele chama de Duzzle – nome que vem da mistura da palavra puzzle (quebra-cabeça em inglês) com a inicial de seu nome. Usando esse material ele recria imagens e rostos de figuras emblemáticas, como Sophia Loren, em um mosaico com mais de 3.100 peças, Ingrid Bergman, com 2.200 teclas, e o ex-presidente americano Abraham Lincoln, em um painel em que foram usadas 4.081 teclas.

Para compor um de seus painéis, uma nave espacial, ele precisou de 5.951 teclas, em um trabalho que durou 190 horas. Além disso, o artista “escondeu” 14 palavras na composição. As obras estão expostas em diversas galerias.