Cerca de 300 toneladas de água radioativa são despejadas no mar diariamente pela Usina de Fukushima, informou o governo Executivo do Japão na última quarta-feira (7). Os vazamentos começaram em 2011, depois que terremotos e tsunamis afetaram a cidade japonesa.
A operadora que administra a usina, Tokyo Electric Power (TEPCO), confirma a vazão e diz que 3,5 funcionários trabalham para resolver o problema que atingiu grande parte do norte do oceano Pacífico. A preocupação começou depois que a água com as substâncias radioativas estrôncio e trítio, que estavam acumuladas no reservatório, ultrapassaram a barreira de contenção.
Para evitar que maiores quantidades de água radioativa continuem vazando, a TEPCO construiu um muro subterrâneo de 100 metros de comprimento localizado entre os reatores e o oceano. Ela ainda confirmou que, para impedir a contaminação do subsolo, espera terminar, dentro de um mês, um sistema de 30 encanamentos capaz de extrair do solo cerca de 100 toneladas de líquido contaminado.
Outra preocupação da operadora é com o destino e armazenamento da quantidade de água contaminada que ainda será produzida. Por isso, técnicos da operadora, além de construir as barreiras, começaram a bombear e conter a água radioativa nos mais de mil contêineres dentro do complexo da usina. Porém estes reservatórios já estão com a capacidade máxima de contenção.
Diante do problema a recomendação dos especialistas é, além dos muros, criar um processo de congelamento do solo para evitar que o material radioativo entre em contato.
Para estas soluções que vão amenizar o impacto do vazamento, o governo japonês anunciou que irá investir e realizar uma solicitação de fundos no orçamento para ajudar a financiar a contenção do material radioativo.
Depois do acidente de Chernobyl, em 1986, e da explosão que atingiu os reatores da Usina de Fukushima, em 2011, esta é a 3ª maior crise atômica. Para conter a água contaminada os operários da usina trabalham diariamente, mas o processo deve se prolongar por mais 30 ou 40 anos.